O senador cearense Cid Gomes (PDT) afirmou durante evento na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) nesta sexta-feira, 26, que os próximos passos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso será a identificação das pessoas que planejaram e financiaram os atos antidemocráticos de 8 janeiro na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Conforme Cid, “muita gente foi massa de manobra, sem intenção de dar golpe de Estado, mas há gente que certamente estava com essa intenção”.
Questionado acerca de conclusão da PF sobre participação do deputado federal André Fernandes (PL-CE) em supostos crimes envolvendo o 8 de janeiro, Cid disse que as ações da CPMI serão baseadas sem preconcepção, principalmente por ser composta por representantes de ambos os lados. “Vamos agir sem preconceito. Se já tivesse os culpados, não teria CPI. Vamos dar direito de defesa. Ninguém está em uma ditadura e o que a gente quer é exatamente combater esses sentimentos”.
Cid foi eleito vice-presidente da CPMI, instalada nesta semana, que ainda conta com os senadores cearenses Eduardo Girão (Novo), como titular, e Augusta Brito (PT), como suplente.
Ainda conforme o senador, “pode até alguma coisa ter sido espontânea, mas aquilo ali não aconteceu sem que houvesse uma elaboração, um planejamento e uma ação para executá-lo. É fundamental que a gente descubra e identifique quem planejou e cumpriu intenção”. Cid ainda frisou que, além de identificar as pessoas que planejaram e fizeram mobilizações, é “importantíssimo” identificar de onde veio o dinheiro que ajudou a financiar os atos golpistas.
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A Comissão foi instaurada nesta quinta-feira, 25, no Congresso Nacional. A relatoria da CPMI será da senadora maranhense Eliziane Gama (PSD) e como presidente, o deputado baiano Arthur Maia (União Brasil). Cid Gomes e o senador capixaba Magno Malta (PL) são, respectivamente, 1º e 2º vice-presidentes. Outros cearenses que estão na CPMI são os senadores Eduardo Girão (Novo) e Augusta de Brito(PT), além do deputado federal André Fernandes (PL).
ANDRÉ FERNANDES
Nesta sexta-feira também, a Polícia Federal (PF) concluiu que o deputado federal André Fernandes, autor do requerimento para abertura da CPMI dos atos golpistas, incitou a prática de crimes no dia 8 de janeiro, quando extremistas depredaram as dependências dos três Poderes. Em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Polícia Federal destacou duas publicações feitas pelo deputado. O processo segue em análise.