Chuvas são um alento para o sertanejo e para a segurança hídrica e proporcionam encontros com a Natureza e suas belezas e benefícios neste período
Antonio Rodrigues
antonio.rodrigues@opiniaoce.com.br
Correspondente no Interior
As chuvas na região do Cariri são um alento para o sertanejo, que vê nos pingos que caem do céu a esperança de uma boa colheita. Também são importantes para a segurança hídrica, já que a Bacia do Salgado é a principal fonte de recarga para o açude Castanhão, maior reservatório do Ceará, que abastece a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Paralelo a isso, as precipitações evidenciam atrativos turísticos que nos períodos mais secos do ano não oferecem a mesma experiência contemplativa ou de vivência para seus visitantes. Com a ajuda do guia de turismo Neyson Nascimento, o OPINIÃO CE listou dois locais do Sul do Estado que se tornam, nesta época do ano, ainda mais bonitos. “O ideal é, sempre que for fazer uma atividade na natureza ou que coloque risco à sua saúde, contratar um profissional”, pondera.
POÇO DO MULUNGU
O Poço do Mulungu fica no Sítio Faustino, no distrito de Dom Quintino. O local é cortado por um riacho que forma uma pequena queda d’água e, abaixo, um poço natural com mais de três metros de profundidade. Propício ao banho, seu ambiente ainda é bem preservado e pouco acessado por conta da dificuldade de acesso. Entretanto, nos últimos anos, tem ganhado cada vez mais espaço entre ciclistas e trilheiros. É importante que o visitante vá com calçado e roupa apropriada para uma caminhada, que apesar de pequena, passa por uma vegetação mais densa e uma área íngreme. “É uma estrada vicinal com muita argila e é importante ir preparado”, ressalta o guia de turismo.
Melhor época para visitar: de janeiro a maio
Acesso (difícil, médio, fácil): médio
Como chegar: de Crato, siga até a CE-286, por 27 quilômetros até o distrito de Dom Quintino. Na saída de sua área urbana, pegue uma estrada de chão por mais oito quilômetros até o Sítio Faustino. Dele, caminha-se por mais um quilômetro até o Poço do Mulungu em pequenas trilhas.
CACHOEIRA DE UMARI
Outro espaço que só é propício para banho no período chuvoso, a Cachoeira de Umari, em Caririaçu, também conhecida como “Lingueta”, é um dos principais desafios. Sua trilha tem aproximadamente 2,5 quilômetros de distância e, pela quantidade de rochas, oferece dificuldade aos visitantes. Porém, vale muito a pena. Na primeira vez que visitou o local, em 2013, Neyson Nascimento se surpreendeu e adicionou ao seu “cardápio” de atrativos por seu grande potencial.
A cachoeira, que possui 50 metros de altura, foi formada durante o processo de separação dos continentes, há 84 milhões de anos, com o rompimento da crosta terrestre. “Esta área subiu e quebrou, formando um caminho pedregoso. Com o riacho, formado pelas chuvas, foi esculpindo as rochas ao longo dos anos, tirando os sedimentos e deixando mais arredondada”. Além da queda d’água, há uma interessante vista para ser apreciada.
Melhor época para visitar: de janeiro a maio
Acesso (difícil, médio, fácil): difícil
Como chegar: para Caririaçu, o melhor acesso é pela Rodovia Padre Cícero. A cerca de três quilômetros da sede, você chega à entrada da trilha, pela rua José Cardoso, que em parte tem pavimentação asfáltica. Após isso, são cerca de 2,5 km de trilha.