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15 de outubro de 2024

Chega a 9 número de casos confirmados de “monkeypox” no Ceará; 2º no interior do Estado

Dentre os pacientes que tiveram confirmação para a doença, sete são residentes de Fortaleza, um do município de Russas e outro de Sobral
Foto: Dado Ruvic/Reuters

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A Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará atualizou para nove o número de casos confirmados da monkeypox no Estado. O boletim foi divulgado nesta quarta-feira, 10, com base no número de notificações até esta terça, 9. No último boletim, divulgado na segunda-feira, 8, o Ceará havia confirmado seis casos da doença. Segundo a Sesa, as três novas confirmações são do sexo masculino, sendo dois residentes de Fortaleza e um de Sobral, na região Norte do Estado. Este é o segundo caso da doença em municípios do interior.

“Dentre os pacientes que tiveram confirmação para a doença, sete são residentes de Fortaleza, um do município de Russas e outro de Sobral, com idades entre 20 e 43 anos”, informou a Pasta da Saúde.

Em todas as notificações, segundo a Sesa, foram aplicadas as medidas recomendadas, como isolamento, busca ativa de contatos e coleta de material para exames laboratoriais para elucidação do caso e para diagnóstico diferencial para outras doenças, que estão em processamento. “A Sesa tem monitorado o cenário junto às Vigilâncias em Saúde dos Municípios, realizando publicação periódica de notas técnicas atualizadas sobre a monkeypox”, finaliza nota da Secretaria da Saúde.

Ainda segundo a Pasta, todas as sextas-feiras, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Ceará divulga nota atualizada do foram descartados laboratorialmente.

Recomendações

Na última segunda-feira, 1º, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica na qual recomenda o uso de máscaras para mulheres grávidas, lactantes e com bebês recém-nascidos para prevenção contra a “varíola dos macacos”. O documento orienta que o grupo deve usar preservativos em qualquer tipo de contato sexual – principal meio de transmissão da doença. A nota considera o “rápido aumento do número de casos de MPX [monkeypox] no Brasil e no mundo.”

“Associado à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea, recomenda-se que as gestantes, puérperas e lactantes: mantenham uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus; usem preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal) uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente”, ressalta.

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As recomendações da Pasta alertam que o quadro clínico de gestantes tem características similares ao de outras pessoas. Entretanto, nesse grupo, a gravidade da doença pode ser maior. Além das grávidas, crianças com menos de 8 anos e imunossuprimidos integram o grupo de risco para a varíola dos macacos. Por isso, segundo o documento, os laboratórios devem priorizar o diagnóstico dessas pessoas, “visto que complicações oculares, encefalite e óbito são mais frequentes.”

Segundo a nota, gestantes, puérperas e lactantes devem se manter afastadas de pessoas que apresentem febre e lesões cutâneas. Em casos de sintomas suspeitos, elas devem procurar ajuda médica. Para pacientes sintomáticos, a recomendação é manter isolamento por 21 dias e monitorar os sinais da doença. Caso persistam, a orientação é repetir o teste. Nos casos de gestantes com quadro moderado ou grave de varíola dos macacos, o Ministério da Saúde recomenda que elas sejam hospitalizadas, “levando em consideração maior risco”.

Emergência

No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a mais de 70 países. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, com a nova realidade internacional, “busca-se aumentar a coordenação entre os países e reforçar os mecanismos de busca ativa, com o objetivo de implementar medidas que ajudem a conter a circulação do vírus”.

Transmissão e sintomas

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas.

O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Prevenção

Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.

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