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20 de abril de 2025

Cesta básica de Fortaleza diminuiu em julho, mas continua como a maior do NE

Para conseguir comprar todos os itens essenciais, os fortalezenses precisam trabalhar 105 horas e 34 minutos
Foto: Natinho Rodrigues

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O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) confirmou que, em 17 capitais brasileiras, o valor do conjunto de alimentos básicos consumidos pelas famílias caiu. Na capital cearense, apesar de sua redução de -2,84 no mês de julho, a cesta básica continua a mais cara do Nordeste. O valor total dos 12 produtos essenciais que compõem a cesta é de R$ 677,53. No levantamento anterior, o valor era de R$ 697,33. Para conseguir comprar todos os itens essenciais, os fortalezenses precisam trabalhar 105 horas e 34 minutos.

As cestas mais baratas do Nordeste são encontradas em Aracaju (R$ 524,28), Recife (R$ 548,43) e João Pessoa (R$ 572,38). Nos sete meses de 2024, 15 cidades brasileiras tiveram elevação nos preços médios, com variações entre 0,06%, em Belo Horizonte, e 7,48%, em Fortaleza. As diminuições ocorreram em Brasília (-0,63%) e Vitória (-0,06%).

PRODUTOS

O aumento no preço de alguns produtos foi mais sentido. O preço do quilo do café em pó aumentou em todas as capitais, entre junho e
julho. As altas variaram entre 1,07%, em Belo Horizonte, e 12,97%, em Brasília. Em 12 meses, todas as cidades apresentaram elevação, com destaque para os percentuais de Aracaju (28,81%) e de Fortaleza (28,04%). A menor oferta internacional e a desvalorização do real diante do dólar elevaram as cotações do grão no mercado externo e interno.

Já o quilo do tomate teve o valor reduzido em 16 cidades, entre junho e julho. As quedas variaram entre -45,56%, em Campo Grande, e -17,03%, em Fortaleza. A única elevação ocorreu em Belém (0,19%). Em 12 meses, apenas Belém apresentou taxa positiva (15,77%). Nas demais capitais, houve diminuição no valor médio. O calor fez o tomate amadurecer mais rápido, o que elevou a oferta, e os preços diminuíram na maior parte das cidades.

BRASIL

Na comparação com junho, as quedas mais relevantes foram verificadas no Rio de Janeiro (-6,97%), em Aracaju (-6,71%), Belo Horizonte (-6,39%), Brasília (-6,04%), Recife (-5,91%) e Salvador (-5,46%). São Paulo foi a capital onde o valor da cesta básica apresentou o maior custo, R$ 809,77, com queda de 2,75% em relação a junho, seguida por Florianópolis, onde a cesta básica custou R$ 782,73, com queda de 4,08% em relação a junho. Já Porto Alegre registrou uma cesta de R$ 769,96, com queda de 4,34%. O Rio de Janeiro teve uma cesta de R$ 757,64. Como a composição da cesta básica é diferente nas cidades das regiões Norte e Nordeste, os menores valores foram constatados em Aracaju (R$ 524,28), Recife (R$ 548,43) e João Pessoa (R$ 572,38).

Segundo o Dieese, na comparação dos valores da cesta entre julho de 2023 e julho de 2024, o custo dos alimentos básicos subiu em 11 cidades. O destaque ficou com Goiânia, que subiu 5,82%, seguida por Campo Grande (MS), 5,54% e São Paulo (SP), 5,71%.

Considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família, com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o valor necessário do salário mínimo deveria ser de R$ 6.802,88, ou 4,82 vezes o valor atual de R$ 1.412,00. Em junho deste ano, o valor necessário ficou em R$ 6.995,44 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo.

Entre as seis cidades que tiveram retração nos preços figuram Recife (-7,47%) e Natal (-6,28%). De janeiro a julho deste ano, 15 cidades tiveram alta nos preços médios – Belo Horizonte com alta de 0,06% e Fortaleza, com 7,48%. Por esse critério, de preços médios, as reduções ocorreram em Brasília (-0,63%) e Vitória (-0,06%).

HORA DE TRABALHO

A pesquisa apontou que, em julho, o tempo médio necessário para que o trabalhador pudesse comprar a cesta básica correspondeu a 105 horas e 8 minutos, menor que em junho, quando essa relação de troca ficou em 109 horas e 53 minutos. A jornada média em julho de 2023 para comprar a cesta básica era de 111 horas e 8 minutos. O Dieese comparou o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, e constatou que o trabalhador comprometeu, em média, 51,66% do seu rendimento para comprar alimentos. Em junho, o trabalhador gastava 54% de seu salário líquido.

Diante da catástrofe climática ocorrida em maio no Rio Grande do Sul, que afetou inúmeros produtores de arroz, o preço do produto e o anúncio pelo governo de importação do produto, o preço do arroz caiu em julho em 13 capitais, variando de -0,37% em Recife a 3,9% em Belo Horizonte. O preço do feijão também caiu em 13 capitais, com quedas entre 0,66% e 3,04%. Já o pão francês teve aumento em 12 capitais, com altas de 2,03% em Florianópolis e de 2,44% em João Pessoa. Com informações da Agência Brasil.

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