Mais de 5 milhões de cearenses responderam ao Censo Demográfico de 2022 que são pardos. O número representa 64,7% da população do Estado. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam também que 27,9% dos cearenses se declaram brancos e 6,8% se declaram pretos. No Brasil, os pardos representam o maior grupo étnico e racial, o equivalente a 45,3% da população de todo país. A porcentagem é a maior da história desde 1991, quando 43,5% da população se declarava parda.
Em número absolutos, a população de pessoas pardas do Ceará é de 5.690.973, enquanto o número de pessoas brancas é de 2.456.214 e de pessoas pretas 595.694. Os números, ainda, revelam uma quantidade de 39.982 de autodeclarados indígenas e 11.256 pessoas que se identificaram como amarelas. Entre o Censo de 2010 e o de 2022, enquanto a população que se declara parda cresceu 8,8%, a população branca caiu 9,2%. Outro avanço positivo, foi o aumento de 51,7% da população autodeclarada preta.
Na capital Fortaleza, 60% da população – ou 1.456.901 – se declarou parda. Outros 793.975 (32,7%) se declararam brancos; 171.018 (7%), pretos; 3.127 (0,1%), amarelos; e 3.000 (0,1%), indígenas.
ÂMBITO NACIONAL
No Brasil, a população parda também é majoritária, com cerca de 92,1 milhões de pessoas (45,3%). Outros 88,2 milhões (43,5%) se declararam brancos; 20,6 milhões (10,2%), pretos; 1,7 milhões (0,8%), indígenas; e 850,1 mil (0,4%), amarelas. Por região, o Nordeste é a que possui a maior proporção de pretos na sua população (13%). O Norte é a que mostra o maior percentual de pardos (67,2%), e o Sul com a maior proporção de brancos (72,6%). A população parda, conforme o levantamento, é maioria em 3.245 municípios do país, 58,3% do total. Enquanto a população indígena é majoritária em 33 municípios e a população preta, em nove.
Em relação a 2010, quando o último Censo foi realizado, a população preta aumentou 42,3% e sua proporção no total da população subiu de 7,6% para 10,2%. A população parda cresceu 11,9%, com sua proporção na população do país subindo de 43,1% para 45,3%. Houve, ainda, aumento de 89% da população indígena, com sua participação subindo de 0,5% para 0,8%. Segundo Leonardo Athias, analista do IBGE, percebe-se mudanças na distribuição percentual por cor ou raça da população “desde o Censo Demográfico de 1991, (…) com o aumento de declaração por cor ou raça parda, preta e indígena e decréscimo para a população branca”, explicou.
A participação da população branca recuou de 47,7% em 2010 para 43,5% em 2022. Já a população amarela teve uma forte redução (-59,2%) e sua participação recuou de 1,1% para 0,4%, retornando a patamares de 1991 e 2000. A diminuição da população amarela está relacionada a um procedimento adotado no Censo 2022: caso o entrevistado se declarasse ou a algum morador de cor ou raça amarela, o recenseador faria uma pergunta adicional padrão: “considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana. Você confirma sua escolha?”. Athias acredita que o novo procedimento concorreu para essa “mudança mais drástica” na proporção de pessoas que se declararam amarelas.
Com colaboração de Felipe Barreto*