Profissionais de saúde e diretores do sistema prisional cearense começaram a receber capacitação para identificar os primeiros sinais de infecção pela varíola dos macacos (Monkeypox) em internos das unidades prisionais e sobre quais procedimentos sanitários adotar nesses casos. O treinamento, que aconteceu na manhã desta quarta-feira, 31, foi uma realização da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) em parceria com a Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará.
O Ceará tem ao menos 10 casos suspeitos da doença em detentos, o que fez crescer o alerta nesses espaços. No geral, o Ceará tem 64 confirmações para a doença – sendo a maioria em Fortaleza (50) -, além de 26 casos “prováveis” e 284 “suspeitos”. Das 638 notificações, 264 foram descartadas. As informações constam na Plataforma IntegraSUS, gerida pela Sesa, e consultadas pelo OPINIÃO CE às 14h39 desta quinta-feira, 1º.
Segundo informações da SAP, o conteúdo da capacitação foi repassado pelo médico Lino Alexandre, infectologista da Sesa, e por técnicos dos Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) estadual e regional de Fortaleza. Na ocasião, foram apresentados os protocolos do serviço público, bem como informações sobre os meios de transmissão, período de incubação do vírus da monkeypox e também sobre o tratamento.
Prevenção
Diante do cenário atual, o Estado vem adotando medidas contingenciais e seguindo os protocolos sanitários estabelecidos pela Sesa a fim de prevenir a disseminação do vírus da monkeypox nas unidades prisionais, assim garantindo a saúde dos internos, de seus familiares e bem como dos profissionais que fazem parte do sistema penitenciário. O secretário da administração penitenciária, Mauro Albuquerque ressalta as medidas adotadas para conter a enfermidade no sistema.
“É muito importante capacitar todos os profissionais que estão à frente do sistema para que o trabalho de prevenção seja completo e efetivo. Estamos seguindo todos os protocolos preventivos estabelecidos pelas autoridades sanitárias e governamentais para garantir a segurança de todos. Nossa equipe médica está preparada para atender a população carcerária contra o vírus da monkeypox”, afirma.
A secretária executiva de Vigilância em Saúde da Sesa, Sarah Mendes, destaca a importância da medida, já que “a doença é transmitida por meio de contato físico e a capacitação dos profissionais proporcionará uma resposta mais rápida e que as primeiras medidas como o isolamento e o rastreamento dos contatos sejam realizados o quanto antes de forma exitosa”. “Nosso objetivo principal é conter e interromper a cadeia de transmissão do vírus para além do sistema prisional”, atenta.
Medidas adotadas pela SAP com orientação da Sesa:
- Equipes de saúde e gestores treinados e equipados dentro das unidades prisionais
- Integração entre a Secretaria da Saúde do Ceará para qualquer eventualidade que precise de atendimentos mais complexos
- Em casos suspeitos, o interno é imediatamente isolado em área separada na unidade e as celas são isoladas e desinfetadas por 21 dias, além da realização de monitoramentos diários dos contatos e com procedimentos como banho de sol realizados separadamente e atomização de todos os ambientes onde os contatos estiveram
- Coleta de amostras enviadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen) e notificação no sistema nacional
- Suspensão das visitas familiares por 30 dias, visando a proteção dos visitantes, bem como a diminuição das aglomerações de pessoas externas e proteção de servidores e internos da unidade com todos os EPIs e barreiras necessárias;
- Repasse de informações sobre todo o quadro clínico do interno com suspeita aos familiares através do serviço social da unidade prisional
- Unidades sendo desinfetadas com uso de atomizadores, bem como uso de equipamentos de segurança, como luvas e máscaras