No Estado, 67 cidades apresentam trechos de Mata Atlântica e de ecossistemas associados, assim como 21, das 34 UCs estaduais. Dia Nacional da Mata Atlântica é celebrado nesta sexta
Redação OPINIÃO CE
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Em referência ao Dia Nacional da Mata Atlântica, celebrado nesta sexta-feira, 27, dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, do período 2020 a 2021, foram apresentados – Ceará e Santa Catarina foram os únicos estados onde o desmatamento do bioma reduziu.
A versão atual, 17ª edição, abrange todos os limites do bioma nos 17 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
No Ceará, 67 municípios apresentam trechos de Mata Atlântica e de ecossistemas associados, assim como 21, das 34 UCs estaduais. A exemplo, o Parque Estadual do Cocó, Parque Estadual Botânico, Área de Proteção Ambiental de Baturité, Área de Proteção Ambiental da Serra da Aratanha, Área de Proteção Ambiental do Estuário do Rio Mundaú, Área de Proteção Ambiental das Dunas da Lagoinha, o Refúgio da Vida Silvestre (Revis), Periquitio Cara-Suja, Área de Proteção Ambiental Dunas do Litoral Oeste, Área de Proteção Ambiental do rio Pacoti, entre outras.
DADOS DA EDIÇÃO
Entre 2020 e 2021, foram desmatados 21.642 hectares (ha), um crescimento de 66% em relação ao registrado entre 2019 e 2020 (13.053 ha) e 90% maior que entre 2017 e 2018, quando se atingiu o menor valor de desflorestamento da série histórica (11.399 ha).
Alagoas, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram desflorestamento menor que 50 ha. No entanto, não se pode afirmar categoricamente que estão em situação de desmatamento zero, por serem regiões constantemente cobertas por nuvens.
No período 2020-2021, da área total de 130.973.638 hectares (ha) da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica, 86,8% foram avaliados; 11,2% foram parcialmente avaliados, por conta de imagens parcialmente cobertas por nuvens e 2,1% não foram possíveis avaliar pela indisponibilidade de imagens por cobertura de nuvens.
De acordo com a SOS Mata Atlântica, “a perda de florestas naturais, área em que caberiam mais de 20 mil campos de futebol, corresponde a 59 hectares por dia ou 2,5 hectares por hora, além de representar a emissão de 10,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente na atmosfera.”
A pressão da expansão urbana e da especulação imobiliária, principalmente em torno de grandes cidades e no litoral, podem ser apontadas como umas das causas. Titular da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno aponta a importância do bioma.
“De certa forma isso nos deixa felizes porque o Governo do Ceará tem feito um trabalho grande para criar Unidades de Conservação (UCs), garantir a biodiversidade, a flora e fauna existentes, diminuir os desmatamento as queimadas, nem sempre conseguimos, mas eu fico muito feliz de ver o trabalho de muita gente, não só do estado, evidentemente, mas de ONGs [Organizações Não Governamentais], universidades e municípios, todos lutando para preservar a Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados e que devemos preservar, sobretudo agora que estamos vivendo a Década da Restauração de Ecossistema (2021-2030), da ONU.”