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20 de abril de 2025

Ceará tem perda de R$ 100 milhões na arrecadação de ICMS

Informação foi divulgada na Assembleia pela secretária da Fazenda do Estado, Fernanda Pacobahyba, em relatório que diz respeito ao mês de agosto deste ano
Foto: Divulgação/AL-CE

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O Ceará registrou, em agosto último, uma queda de 14% na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em relação ao mesmo mês em 2021. Isso representa uma perda de cerca de R$ 100 milhões nos recursos do Estado. A informação foi divulgada pela secretária da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba, em relatório apresentado na última nesta terça-feira, 18, na Comissão de Orçamento, Finanças e Tributação (COFT) da Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE). [

O documento apresenta as metas fiscais do Estado no segundo quadrimestre, que compreende os meses de maio a agosto. A queda no valor arrecadado para o período foi provocada pela diminuição das alíquotas de ICMS cobradas pelos estados nas áreas de combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. A medida foi aprovada pelo Congresso Nacional em junho deste ano e aplicada pelo Governo do Ceará. “Saúde, educação e segurança pública são bancadas pelo ICMS”, alertou a secretária, que previu que a queda da arrecadação continuará nos próximos meses. Além disso, a titular da pasta lamentou o fato de o Governo Federal já ter anunciado que não vai realizar neste ano a compensação das perdas dos cofres estaduais e não deu garantias de que isso ocorrerá em 2023. A medida está prevista na legislação aprovada também pelo Congresso.

DADOS DO CEARÁ
Também foram apresentados, na audiência pública, dados sobre receitas, despesas, investimentos, operações de crédito e gastos com pessoal do Estado. O Ceará teve um gasto de 49,28% em relação à receita corrente líquida quando levados em conta os salários pagos a servidores do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público. O valor está abaixo dos limites máximos (60%) e prudencial (57%) previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Em relação aos investimentos, o valor neste quadrimestre dobrou em relação ao mesmo período do ano passado, passando de R$ 720 milhões para R$ 1,4 bi.

Os gastos com educação e saúde atingiram, respectivamente, 25,1% e 14,9% da Receita Líquida de Impostos e Transferências (RLIT), o que está acima do mínimo anual previsto na Constituição Federal, que é de 25% para educação e 12% para a saúde.

Sobre endividamento, Fernanda informou que a dívida consolidada líquida do Ceará é de 29,47%, abaixo do teto de 200% que é permitido na legislação brasileira. A gestora adiantou ainda que o Estado trabalha para realizar uma reestruturação da dívida com o Banco Mundial a fim de alongar o prazo de pagamento e ter mais recursos disponíveis.

DESAFIOS
Para o presidente da COFT, deputado Sérgio Aguiar (PDT), 2023 será um ano bastante complicado na economia brasileira. “Certamente, terá arrocho fiscal, queda de investimento, custeio comprometido, e isso vai fazer com que os entes públicos passem por uma boa prova em 2023″, avaliou. Apesar disso, o parlamentar elogiou a quantidade de investimentos que o Governo do Ceará tem feito ao longo dos anos.

Na oportunidade, foi anunciado que o deputado Queiroz Filho (PDT) será o relator do Projeto de Leia Orçamentária Anual de 2023, assim como aconteceu neste ano.

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