As redes de educação pública estadual do Ceará e dos municípios cearenses foram destaque no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023, divulgado nesta quarta-feira (14) pelo Ministério da Educação (MEC). Conforme o levantamento, levando em consideração apenas o ensino público das redes municipais, o Estado apresentou os melhores resultados dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e finais (6º ao 9º ano) do ensino fundamental. Além disso, a rede estadual está na terceira posição do País na avaliação de ensino médio tradicional e médio integrado à educação profissional.
Levando em consideração o índice geral, em que são incluídas também as escolas da rede privada de educação, o Ceará atingiu as metas estabelecidas para o ensino fundamental, mas ficou abaixo no médio.
O governador Elmano de Freitas, após a divulgação do resultado, disse ter “muito orgulho” do que o Estado alcançou com a Educação. “Sempre avançando, sempre melhorando, com a parceria do presidente Lula e do ministro Camilo Santana. Agradeço à secretária Eliana Estrela, todos os gestores escolares, professores, pais e alunos pelo empenho. Isso é um orgulho para nosso povo termos a qualidade do ensino que temos em nosso Ceará”, citou Elmano.
O recorte do Ideb voltado para as redes municipais do Ceará aponta uma nota de 6,5 para os anos iniciais, ocupando o primeiro lugar, ao lado do Paraná. O número está acima da média nacional (6) e acima das duas edições anteriores do Índice (2021 e 2019). Para os anos finais, o Ideb também tem o Ceará na ponta, com os mesmos 5,4 de Goiás e Paraná, superando os índices dos anos anteriores e o nacional atual (5). Analisando as duas etapas do fundamental, aliás, o Ceará tem o melhor resultado da Região Nordeste no Ideb.
Criado em 2007, o Ideb é um indicador sintético que relaciona as taxas de aprovação escolar, obtidas no Censo Escolar, com as médias de desempenho em Língua Portuguesa e Matemática dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
ENSINO MÉDIO
Quando avaliados o ensino médio tradicional e o ensino médio integrado à educação profissional, o Ceará está na quarta posição entre as Unidades da Federação (UF), com a terceira melhor nota do Ideb junto a Pernambuco, com 4,6. Espírito Santo e Goiás lideram (4,8), e Paraná está na terceira posição (4,7). A média do Brasil foi (4,1). Sobre a inclusão do recorte que evidencia o ensino profissionalizante no País, o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará, explicou que é um reconhecimento ao esforço dos estados que buscam ampliar a rede de ensino médio de educação profissional.
“Os estados que fizeram esse esforço, que faz parte da rede do ensino médio, então não justifica não contabilizar na avaliação. Mas, como a série histórica não considera separado, a gente vai discutir, pactuar, com as redes como serão os indicadores do Ideb, se inclui ou não suas redes. É um debate importante”, disse.
Essa iniciativa, como completou o ministro, ganhou força com a proposta do Governo Federal em reduzir juros de dívidas dos estados tendo como contrapartida a ampliação das matrículas na educação profissional. “Lembrando que o Brasil tem 11% apenas, e os países da OCDE [Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico] têm de 35% a 37% [de matrículas na educação profissional]”, pontuou Camilo.