O Ceará apresenta 61 casos notificados da monkeypox (varíola dos macacos) até este domingo, 24, sendo 31 descartados laboratorialmente e quatro confirmados. O balanço foi divulgado pela Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará nesta segunda-feira, 25. Houve um aumento de 79,4% no número de casos notificados da doença em relação ao último boletim divulgado pela Sesa, em 15 de julho (saindo de 34 para 61). Na ocasião, 19 casos haviam sido descartados laboratorialmente.
Dos quatro pacientes que tiveram confirmação para a doença, três são residentes de Fortaleza (sexo masculino, 35, 26 e 30 anos) e um no município de Russas (sexo masculino, 43 anos), no interior do Estado.
Entre os 26 casos em investigação, 23 são residentes do Ceará, dos municípios de Aracoiaba (1), Barbalha (2), Caucaia (2), Crato (2), Fortaleza (5), Fortim (1), Jaguaruana (1), Juazeiro do Norte (3), Quixadá (1), Quixeré (1), Russas (3) e Sobral (1). Segundo a Sesa, os outros três suspeitos são viajantes do Rio Grande do Norte (1) e São Paulo (2). O perfil dos pacientes em investigação tem faixas etárias entre 13 e 70 anos, sendo 14 homens e 12 mulheres.
“Em todas as notificações foram aplicadas as medidas recomendadas, como isolamento, busca ativa de contatos e coleta de material para exames laboratoriais para elucidação do caso e para diagnóstico diferencial para outras doenças, que estão em processamento. A Sesa tem monitorado o cenário junto às Vigilâncias em Saúde dos Municípios, realizando publicação periódica de notas técnicas atualizadas sobre a monkeypox”, destaca a Sesa, em nota.
O último caso confirmado no Ceará se deu no último dia 15. O paciente, do sexo masculino, de 30 anos, mora em Fortaleza e tem histórico de viagem recente a Salvador.
Emergência global
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu, no sábado, 23, o avanço da varíola dos macacos como uma emergência global de saúde. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a 70 países. A emergência pode desencadear alertas contra a propagação do vírus e propiciar investimentos em pesquisas que investiguem as causas da doença e tratamentos eficazes. Apesar da falta de consenso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, decidiu emitir a declaração.
Esta foi a primeira vez que o chefe da agência de saúde da ONU tomou tal ação.
“Em suma, temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo por meio de novos modos de transmissão sobre os quais entendemos muito pouco e que atendem aos critérios das regulamentações internacionais de saúde. Sei que este não foi um processo fácil ou direto, e que há opiniões divergentes entre os membros do comitê”, acrescentou o diretor-geral.