Faltando três dias para o fim do segundo mês da quadra chuvosa no Ceará (fevereiro a maio), o mês de março já figura como o segundo mais chuvoso dos últimos 10 anos. Até às 10h48 desta segunda-feira (28), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) apontava um acumulado de 254.9 mm, que representa um desvio positivo de 25,3% em relação à normal (203.4 mm). Os bons volumes também já ultrapassam a média histórica para o período: categoria que consiste no intervalo entre 172,6 mm e 241,08 mm. Nos últimos 10 anos, só o ano de 2020 havia apresentado acumulados acima da média.
Os maiores acumulados são observados nas macrorregiões do Cariri (349.5 mm); Ibiapaba (305.9 mm) e Jaguaribana (240.1 mm). O Cariri também registra o maior desvio positivo – 60% maior que o observado normalmente.
Confira os acumulados de março dos últimos 10 anos:
- 2022: 254,9 mm
- 2021: 187,7 mm
- 2020: 274,5 mm
- 2019: 233,1 mm
- 2018: 128,7 mm
- 2017: 202,3 mm
- 2016: 125,6 mm
- 2015: 178,8 mm
- 2014: 155,2 mm
- 2013: 78,5 mm
- 2012: 89,5 mm
Recarga Hídrica
Conforme levantamento do Portal Hidrológico gerido pela Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Ceará, o Estado tem 15 dos 155 açudes monitorados. Além disso, outros seis estão na iminência de ultrapassar suas lâminas máximas – com volumes entre 90% e 99%. Os dados também apontam melhora na recarga dos três maiores reservatórios do Ceará. O maior deles, o Castanhão, ganhou um aporte considerável ao longo do mês, saindo de 8,35%, no início de março, para 14,99%, atualmente, o melhor índice desde outubro de 2020, quando marcou 15,02%. Já o açude Orós, no Alto Jaguaribe, chegou aos 32,42% de sua capacidade, melhor percentual em 7 anos.
O Banabuiú, por sua vez, 3º maior açude do Ceará, apresenta o pior cenário entre os três. O reservatório passa, desde anos anteriores, por constantes perdas de recarga. Apesar disso, apresentou uma melhora tímida em relação ao início de março, saindo de 8,07% para os atuais 8,23%.