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22 de março de 2025

Ceará tem 20 açudes sangrado mesmo após mais de um mês do fim da quadra chuvosa

Segundo dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), no mesmo período de 2022, o Ceará registrava 39.3% de sua capacidade, 10,8% a menos que em 2023
Foto: Divulgação/Funceme

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Após pouco mais de um mês do fim da quadra chuvosa deste ano, o Ceará ainda registra reservatórios com capacidade máxima, totalizando um acumulado de 50,1% da capacidade total do Estado. A Bacia da Região Metropolitana de Fortaleza é a que mais se destaca, apresentando nove açudes em vertimento, como o Pacajus, que completou 100 dias de sangria na última sexta-feira, dia 30 de junho. 

Segundo dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), no mesmo período de 2022, o Ceará registrava 39.3% de sua capacidade, 10,8% a menos que neste ano. Apesar do quadro positivo em 2023, o secretário dos Recursos Hídricos, Robério Monteiro, adianta a importância da economia de água. “Apesar de bons aportes acumulados em algumas regiões neste ano no nosso estado, é importante ressaltar que temos um cenário de El Niño previsto para 2024, que nos lembra que devemos gerir toda essa água de forma consciente e responsável”, destaca Robério.

Na Bacia do Banabuiú, que recebeu o aporte mais significativo de 2023, o acumulado atual é de 41%, estando os açudes Fogareiro, Patu e São José II com capacidade máxima. Já as Bacias do Acaraú e do Curu registram dois açudes em vertimento cada, enquanto as Bacias do Litoral, Médio Jaguaribe, Salgado e Alto Jaguaribe apresentam um açude em vertimento cada.

EL NIÑO NO CEARÁ

Em balanço da quadra chuvosa deste ano, realizado em junho, as autoridades cearenses demonstraram preocupação com o fenômeno do El Niño no Estado. O evento foi conduzido por gestores do Sistema Hídrico do Ceará. Segundo Eduardo Sávio, presidente da Funceme, caso o El Niño se consolide, haverá uma “subsidência de ar”, ou seja, um fluxo de ar de cima para baixo, o que impediria a formação de nuvens, já que o vapor quente úmido não conseguiria se elevar e, consequentemente, formar as nuvens para a precipitação.

Por isso que a gente tem que manter o monitoramento, e que a alocação leve isso em consideração para usar essa informação nas decisões e liberações ao atendimento de demandas que são previstas pelo sistema de reservatórios do Estado”, explicou.

A quadra chuvosa deste ano terminou com o maior volume hídrico registrado nos últimos 10 anos, com 51% da capacidade total nos 157 açudes do Ceará.

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