Após dois meses consecutivos de perdas de postos de trabalho, sendo dezembro de 2021 (-1.772) e janeiro de 2022 com saldo negativo de 2.134
Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br

A última pesquisa do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, publicada esta semana, revelou que o Ceará fechou o mês de fevereiro com um saldo de 8.047 oportunidades de trabalho, o segundo melhor resultado do Nordeste, atrás apenas da Bahia (12.548).
Ou seja, foram 46.036 admissões, enquanto que de desligamentos foram de 37.989. O número representa a quantidade de contratos de trabalho via Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Após dois meses consecutivos de perdas de postos de trabalho, sendo dezembro de 2021 (-1.772) e janeiro de 2022 com saldo negativo de 2.134, fevereiro registrou mais pessoas empregadas do que desempregadas no estado.
Para o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Davi Azim, esse saldo de empregos é importante para se ter um termômetro que revela a recuperação da economia e quais setores estão sendo se recuperando mais rápido.
“De julho de 2021 até novembro do mesmo ano, se vê uma elevação na quantidade de vagas o que reflete na melhoria do turismo e no setor de serviço, vocação na economia cearense. Já de dezembro a janeiro, se vê uma certa redução, tendo em vista as expectativas para o ano de 2022”, avalia.
Ainda segundo Azim, no mês de fevereiro, no entanto, houve mais absorção de mão de obra, tendo em vista o cenário exportador ainda favorável para o Ceará, mas nada muito além do que se tinha antes da pandemia da covid-19.
“Temos que ter muito cuidado em relação à análise desses dados e esperar um pouco mais para saber se esse número é sustentável ao longo de todo o ano de 2022”, pontua o economista. A construção civil fechou fevereiro com um saldo de 2.552 empregos formais gerados, enquanto o setor de serviços foi o de maior destaque, com saldo de 6.046 oportunidades de trabalho geradas.
Por outro lado, a agropecuária foi o setor que apresentou o pior desempenho para geração de empregos em fevereiro, terminando com um saldo negativo de 661. O comércio e a indústria tiveram saldo positivo, mas somente com 38 e 72 contratações formais, respectivamente.
EM RELAÇÃO AO PAÍS
Em relação ao Brasil, foram gerados um total de 328.507 novos postos de trabalho no último mês, registrando um avanço do quantitativo em relação a janeiro, que foi de 150.355 empregos formais. Assim como no Ceará, o segmento que mais contratou foi o de serviço (215.421).
Em seguida, vem a indústria (43.000) e construção civil (39.453). O saldo nacional de fevereiro foi resultado de 2,013 milhões de contratações e 1,685 milhão de desligamentos. Segundo a pasta, foi o melhor resultado para o mês da série iniciada em 2010, perdendo apenas para 2021, quando o saldo foi de 397.915 postos.
Os números mostram que, no mês de fevereiro, os cinco grupamentos de atividade econômica apresentaram saldo positivo, com destaque para o setor de serviços, com geração de 215.421 novos postos com carteira assinada, distribuídos principalmente nas atividades de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.