Somente este ano, O Governo do Estado adquiriu mais de 600 toneladas de alimentos da agricultura familiar, incrementando, dessa forma, o Ceará sem Fome. Os produtos foram comprados pelas equipes que trabalham na unidades gerenciadoras (UGs) da cozinha do programa.
“A agricultura familiar tem uma importância muito grande em nível de estado no Ceará, porque fortalece estratégias de segurança alimentar. Dentro do Programa Ceará Sem Fome, tem nos trazido benefícios em relação ao próprio alimento. São alimentos produzidos sem produtos químicos. Então, isso melhora a textura e o sabor do alimento e a qualidade nutricional do que é fornecido aos nossos beneficiários”, destaca a nutricionista do programa, Isadora Meneses.
Só em 2024, foram 678.572 quilos de alimentos adquiridos pelas UGs para o uso nas cozinhas. Os cinco principais produtos adquiridos foram cheiro verde (96.956 kg), jerimum (68.158 kg), feijão de corda (60.764 kg), batata-doce (59.585 kg) e cenoura (48.078 kg). Até o momento, R$ 4,9 milhões foram investidos em 105 municípios.
“O consumo desses alimentos pode prevenir diabetes, hipertensão e colesterol alto, que são as doenças que nós chamamos de doenças crônicas. É importante destacar também que, hoje em dia, a segurança alimentar não é só a falta de nutrientes, mas ela também abrange a qualidade que esse nutriente está sendo ofertada. Então, com isso, nós também podemos vencer desnutrição e propor essa segurança alimentar através da qualidade nutricional do alimento”, pontua Isadora Meneses.
DO CAMPO ÀS COZINHAS
Em Aracati, no Litoral Leste, está um dos locais onde a Cooperativa da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Solidário (Coopades) cultiva seus produtos. Ela fornece produtos da agricultura familiar para três UGs das Cozinhas Ceará Sem Fome: Instituto de Arte e Cidadania do Ceará, Associação União de Jovens Vicente Pinzón e Associação Beneficente do Centrinho da UV10.
Uma das famílias que cultivam no local é a da Maria Artemisa, que trabalha com o esposo, Antônio Silva. Ela explica que a luta é árdua.
“É um trabalho muito duro. É plantar, é adubar, é limpar, é fazer tudo, na realidade. Quando a gente pega uma colheita boa e vende, é muita alegria. Agradeço todos os dias a Deus”, revela Maria Artemisa com alegria.
Todos as verduras e legumes são levadas ao Centro de Distribuição da Coopades em Fortaleza, de onde são encaminhadas às cozinhas Ceará Sem Fome. Uma delas é a Cozinha Queira Bem, no bairro Granja Portugal. O cozinheiro José Ari explica que utiliza a beterraba para aumentar o caldo do feijão.
“Fazemos caldo da beterraba, que a aumenta o caldo do feijão e a tendência é render, ficando um feijão gostoso, saboroso e saudável para colocar nas nossas comidas. Nós procuramos fazer com que a comida tenha um rendimento maior ainda para as pessoas que chegam pedindo todos os dias uma quentinha. Estamos aqui sempre, nesse projeto, para ajudar cada vez mais o nosso povo mais carente da nossa comunidade”, explica José Ari.
Uma das beneficiárias da cozinha é a dona Francisca Maria.
“O almoço é excelente. É um cardápio bom, porque tem tudo de bom, a nutrição, né? É uma comida completa. Desde que eu entrei aqui, tenho melhorado bastante. E que continuem fazendo tudo por amor, pensando no próximo, porque tem muita gente precisando. Se continuar assim, vai longe”, diz a beneficiária.
REDE DE COZINHAS
A Rede de Cozinhas Ceará Sem Fome é dividida em 39 lotes gerenciados por 24 Unidades Gestoras que foram selecionadas mediante edital lançado pelo Governo do Estado. Hoje, são 1.274 unidades em funcionamento, sendo 924 no Interior e 350 na Capital. São mais de 123 mil refeições distribuídas diariamente nos 184 municípios, com um acumulado, desde setembro de 2023, de mais de 20 milhões de refeições entregues.