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17 de janeiro de 2025

Ceará se organiza para receber usina de hidrogênio verde ainda neste ano

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Usina de hidrogênio verde da EDP do Brasil, batizada de Pecém H2V, está em fase de construção no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, na RMF

Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br

Usina está em construção no Porto do Pecém (Foto: Divulgação)

Vanguardista em ser o primeiro estado do País a produzir Hidrogênio Verde (H2V), o Ceará pode ter a primeira molécula de energia limpa produzida em dezembro deste ano por meio da usina de hidrogênio verde da EDP do Brasil, batizada de Pecém H2V, que está em fase de construção no mesmo local da UTE Pecém, localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante

Além desta, mais 16 memorandos já foram assinados pelo Governo do Estado e outros três estão em fase de negociação para empresas darem início a novos projetos para o Hub da energia limpa. Os futuros investimentos em H2V podem ajudar a gerar um maior desenvolvimento tecnológico, industrial e socioeconômico em toda a região Nordeste, em especial no Ceará, criando empregos qualificados e atraindo novas indústrias. É o que analisa o presidente do Complexo do Pecém, Danilo Serpa.

“A capacidade da usina da EDP do Brasil será de produção de 250 Nm3/h do gás atraindo um total de R$ 41,9 milhões de investimento para o Ceará. Será a primeira usina de hidrogênio verde do País, o que por si só já coloca o Estado do Ceará na vanguarda deste tipo de operação”, revela o presidente.

Serpa acredita que a aposta do governo do estado deve atrair companhias de energia renovável e empresas produtoras, de armazenamento e de transporte de hidrogênio, usando o “know how” e influência do Porto de Roterdã. “Isso gera uma maior receita, o que elevaria o PIB do Estado e, no caso da exportação, traria impactos positivos para a balança comercial a nível estadual e nacional.”

Atualmente, a EDP já gera mais de 350 empregos diretos no Estado, mais especificamente no Complexo do Pecém, com sua termelétrica, que produz quase a metade do consumo de energia de todo o Ceará. Na avaliação do consultor de Energias Renováveis da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Constantino Frate, a economia do Ceará vai alavancar.

“Significa o início de uma nova atividade industrial e produtiva. Quando se fala de hidrogênio, a partir dele, poderão ser entendidos como subprodutos de energia a amônia e os combustíveis sintéticos, que podem gerar gasolina, querosene e diesel verdes com uma emissão de carbono bem mais reduzida do que as tradicionais.”

Além disso, segundo o consultor da Sedet, o desdobramento do hidrogênio para o estado do Ceará vai favorecer também a produção de fertilizantes e veículos movidos a hidrogênio, trazendo um grande reforço econômico para o estado, principalmente na geração de emprego e renda.

Marta Campêlo, diretora Vogal do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (IBEF-CE), complementa que a utilização do H2V contribuirá de forma decisiva para descarbonizar a economia mundial. “Isso representa um investimento a médio longo e prazo para cadeia de produção na ordem de mais de U$S 20 bilhões e de mais de 15 mil novos empregos, contribuindo para alavancar a economia cearense, segundo a Sedet.

O Ceará está pronto para receber grandes investimentos na área.” Em fevereiro deste ano, o ex-governador Camilo Santana (PT), assinou o Memorando de Entendimento para as empresas H2 Green Power e Kroma, que pretende instalar vários parques de energia fotovoltaica no interior do Estado. Os Complexos Solares Arapuá e Frei Damião, terão investimento de R$ 2,2 bilhões e a capacidade instalada será de 690 MW. Na fase de instalação os parques deverão gerar cerca de 2.500 empregos.

HIDROGÊNIO VERDE
Considerado um combustível universal, o hidrogênio, em sua versão “verde”, pode ser obtido ao se utilizar energia renovável, como é o caso da energia eólica e da energia solar/fotovoltaica – fontes abundantes no Ceará, no processo de separação da molécula de H2 da molécula de Oxigênio existente na água. Essa tecnologia está baseada na geração do hidrogênio por meio de um processo químico conhecido como eletrólise. As informações são do Governo do Estado.

Na utilização do hidrogênio como combustível, substituindo o uso de fontes não renováveis, se consegue anular a emissão de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, algo considerado prioritário por países europeus que buscam um avanço sustentável. Dessa forma, também se atende às exigências do Acordo de Paris, que prevê a redução da emissão de gases poluentes no meio ambiente por parte das nações participantes.

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