Segundo as estatísticas Mensais do Emprego Formal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), divulgadas nesta última quarta-feira, 28, o Ceará gerou cerca de 5% dos empregos formais de todo o país, registrando um saldo positivo de 6.554 novos postos de trabalho. No mesmo período, o Brasil criou 135.495 postos de trabalho formal, segundo as estatísticas.
Com o resultado, o Estado é o segundo maior gerador de empregos na região Nordeste, atrás somente de Pernambuco (8.290). Os dados do Caged são provenientes da relação entre o número de contratações com carteira assinada (43.515) e demissões (36.961). O saldo positivo é consequência das festividades do final do ano, considerando que os setores de Serviços (4.190) e Comércio (4.010) foram os que puxaram os números positivos para o período.
Na avaliação do economista e professor de economia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Ricardo Coimbra, o ritmo do crescimento da economia cearense vem sendo um pouco acima do ritmo de recuperação da economia nacional. E o principal motivo é o terceiro setor.
“A economia local tem um peso muito forte no terceiro setor, principalmente em serviços e comércio. São os setores que tem mais crescimento nesse momento pós-pandemia. Parte significativa dessa geração de empregos estão nas pequenas e médias empresas. Para 2023, a melhoria deve ser ainda maior com esse processo de retomada total.” Já o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), Fábio Sobral, não considera que seja um crescimento econômico. “Não é especificamente um crescimento econômico, mas no fundo é uma recuperação de uma queda muito brusca nos anos de 2020 e 2021 e essa retomada impacta no setor de Serviços principalmente. O setor começa a reabrir, reemprega pessoas e essas pessoas começam a consumir novamente. 2022 ainda está numa espécie de reconstrução da economia de uma queda de um buraco muito grande.”
Para o próximo ano, acredita que vai ser diferente dos últimos dois anos. O motivo é o aumento real do salário mínimo. Além disso, ainda segundo o economista, a aprovação da PEC do Bolsa Família com o acréscimo para crianças vai permitir que uma parcela grande da população sai da situação de extrema pobreza e isso tende a elevar o consumo da população.
“Em 2023, pode haver o crescimento real, não a retomada de uma grande queda, e isso tem diferença”, completa.
MAIS DE 1 MILHÃO
No Ceará, o número de pessoas com carteira assinada até novembro de 2022 é de 1.266.075 e, no acumulado do ano, o saldo entre contratações e desligamentos no mercado de trabalho cearense ficou positivo em 74.370 empregos.
Já em termos territoriais, a geração de empregos continua concentrada na capital cearense, Fortaleza (5.708), Maracanaú (309), Juazeiro do Norte (220) e Horizonte (149). A expectativa do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (IDT) é de que, em 2023, essa trajetória crescente se mantenha, considerando o histórico de resultados deste ano decorrente à retomada da economia pós-covid-19.
NO BRASIL
Na escala nacional, o resultado positivo de novembro decorre do total de 1,748 milhão de admissões, ante 1,612 milhão de demissões. No ano, o saldo até novembro é de 2,466 milhões de empregos formais criados.
O estoque total de carteiras assinadas no país chegou a 43,144 milhões. O grupamento de atividade econômica que mais gerou vagas em novembro foi o comércio: 105.969 novos postos de trabalho. Nos serviços, foram 92.213 empregos criados. Houve queda, contudo, na indústria, que perdeu 25.707 vagas, devido a uma pressão negativa do setor sucroalcooleiro, segundo o MTP. Houve queda também na construção, com menos 18.769 postos, e na agropecuária, que teve redução de 18.211 trabalhadores formais.
O resultado ficou positivo também em quatro das cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com saldo positivo de 84.164, seguido por Nordeste (29.213), Sul (20.750) e Norte (3.055). Houve queda de 773 postos de trabalho no Centro-Oeste.