O açude Germinal, na cidade de Palmácia, foi o primeiro reservatório monitorado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) a sangrar em 2023. Faltando menos de um mês para o início da quadra chuvosa (fevereiro a maio), o Estado tem 31,2% de abastecimento hídrico nos 157 açudes monitorados. Outros 3 reservatórios estão acima dos 90% de recarga, mas ainda não sangraram: Caldeirões (Saboeiro), Aracoiaba (Aracoiaba) e Rosário (Lavras da Mangabeira).
Em igual período de 2022, o Ceará registrava abastecimento de 20,9%, sem nenhum reservatório sangrando ou acima dos 90%. Em 6 de janeiro de 2022, 75 açudes estavam com volume inferior a 30% – hoje, são 69.
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O volume acumulado atualmente tem relação com a boa quadra chuvosa do último ano – a terceira melhor da década, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Entre fevereiro e maio de 2022, choveu 620,50 mm. De 2012 até 2022, apenas 2020 (736,20 mm) e 2019 (670,88 mm) registraram maiores acumulados no mesmo intervalo. Além disso, se observados os últimos 20 anos, segundo a Funceme, 2022 apresentou, ainda, a sexta melhor quadra chuvosa.
O prognóstico para o próximo período chuvoso no Ceará será apresentado pela Funceme no dia 20 deste mês.
Situação dos 3 maiores açudes do Ceará:
- Castanhão: 19,79% (2023) – 8,16% (2022)
- Orós: 43,36% (2023) – 22,52% (2022)
- Banabuiú: 9,15% (2023) – 8,24% (2022)
Perspectiva
Mesmo aguardando o prognóstico oficial da Funceme para este ano, a perspectiva para o próximo período chuvoso no Ceará é positiva, assim como o esperado para os próximos 15 anos, segundo analisaram pesquisadores no evento “Perspectivas Climáticas Para o Ceará em 2023″, ocorrido em dezembro.
A momento foi organizado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faec) e acompanhado pelo OPINIÃO CE. “Vamos ter um ano bastante bom aqui no Ceará e, nos próximos 15 anos, a frequência de anos bons vai aumentar. Não espero nenhuma grande seca até 2035″, explicou, à época, Luiz Carlos Molion, pós-doutor em hidrologia de florestas e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Nosso produtor vai ter esses próximos 15 anos para trabalhar de uma forma tranquila”, ressalta.
“Vamos ter janeiro chuvoso, fevereiro vai ficar um pouco abaixo do normal e, depois, março, abril e maio com bastante chuva”, disse, na ocasião.