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20 de abril de 2025

Ceará registra aumento de internações de crianças por SRAG, diz Fiocruz

Além do Ceará, registram aumento Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe
Foto: Eviázio Bezerra/Divulgação

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O Ceará registrou aumento de internações causadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas crianças, segundo o Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira, 19, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no quadro etário geral. No geral, em 19 das 27 unidades o crescimento é moderado na tendência de longo prazo, que considera as últimas seis semanas, e de curto prazo, referente às últimas três semanas.

Além do Ceará, registram aumento Amazonas, Alagoas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe. O boletim indica que embora mais fraco do que na população infantil, há possível sinal de crescimento em algumas das faixas etárias da população adulta no Espírito Santo, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.

A análise tem como base dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 8 de maio, sendo referente à Semana Epidemiológica (SE) 18, de 30 de abril a 6 de maio. Os resultados laboratoriais por faixa etária apontam predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 na população adulta, apesar de queda observada em diversos estados. Em contrapartida, mantém-se sinal de aumento nos casos associados ao vírus influenza A e B.

VÍRUS SINCICIAL

Segundo o boletim, entre as crianças pequenas, permanece o predomínio de casos associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR), o que mantém o número de novas internações em patamares elevados nesse público. O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, esclareceu que já no restante da população, a expansão de casos se deve principalmente à covid-19. Chamou a atenção, entretanto, para as tendências distintas entre os vírus associados aos casos em adultos. “Enquanto os casos associados à covid-19 sugerem desaceleração para os vírus influenza A e B, há indício de aumento recente em diversos desses estados”, disse.

Em Alagoas e no Ceará, há manutenção de patamar relativamente elevado na população a partir de 50 anos. No Paraná e Santa Catarina, percebe-se a continuidade do alto nível em crianças e aumento recente na população adulta. Já no Mato Grosso e Rio Grande do Sul, o crescimento em todas as faixas etárias analisadas se mantém, com destaque para o estado gaúcho. No Acre e Tocantins, o sinal de crescimento ainda é compatível com oscilação em período de baixa atividade, aponta o boletim da Fiocruz.

Os números em expansão destacam a necessidade de as pessoas se vacinarem. “O cenário de manutenção da presença de casos de SRAG associados à covid-19, bem como o aumento recente naqueles associados ao vírus influenza A, reforça a importância da adesão às campanhas de vacinação contra a covid-19 e contra a gripe”, disse.

O estudo mostra ainda que, no quadro etário geral, apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, que compreende as últimas seis semanas, até a SE 18, os estados do Ceará, Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Entre as capitais, 15 apresentam sinal de crescimento. São elas Belém (PA), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Portoa Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA) e Teresina (PI).

NÚMEROS

Em 2023, já foram notificados 59.675 casos de SRAG, sendo 23.626 (39,6%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 27.010 (45,3%) negativos e, pelo menos 5.458 (9,1%) aguardam resultado laboratorial.

Segundo a Fiocruz, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, houve prevalência no país dos casos como resultado positivo para vírus respiratórios, divididos entre influenza A (13,5%); influenza B (7%); VSR (47,5%); e Sars-CoV-2/covid-19 (25,5%). Já entre os óbitos, a presença desses vírus entre os casos positivos alcançou 14,5% (influenza A); 8,5% (influenza B); 10,1% (VSR); e 63,7% (Sars-CoV-2/covid-19). As informações são da Agência Brasil.

VACINAÇÃO

Nesta semana, o Ceará ampliou a vacinação contra a influenza para toda a população acima de seis meses de idade. O objetivo, segundo a Secretaria da Saúde, é garantir o avanço nas coberturas vacinais e otimizar o uso dos imunobiológicos. Conforme a articuladora da Célula de Imunização da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Ana Karine Borges, é importante alertar, também, sobre a importância e o benefício da vacina para os grupos prioritários considerados de risco, que segue até o dia 31 de maio em todas as unidades básicas de saúde.

“A vacinação permite minimizar a carga viral e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença, reduzindo os sintomas e a sobrecarga sobre os serviços de saúde. Lembrando, também, que a proteção conferida é de aproximadamente um ano”, explica.

Desde março de 2023, conforme dados do painel LocalizaSUS, o Ceará apresentou um percentual de aplicação de 43% e apenas 28,91% dos integrantes dos grupos prioritários receberam a vacina. Além disso, 39,3% dos casos confirmados da doença estão na faixa etária de cinco a 69 anos de idade.

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