O Ceará recebeu, na manhã desta terça-feira, 14, as primeiras vacinas contra a mpox (varíola dos macacos). Ao todo, foram destinadas ao Estado 640 doses, que serão usadas para D1 e D2. As informações foram confirmadas ao OPINIÃO CE pela Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará. Segundo a pasta, os imunobiológicos estão acondicionados na Central Estadual de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Ceadim), congelados entre -25ºC e -15ºC, conforme indicação do Ministério da Saúde (MS).
A Sesa não detalhou quando a imunização terá início no Ceará. Na última semana, o MS anunciou o envio de 46 mil doses a estados e municípios para campanha de vacinação contra a doença.
Uma vez descongeladas, as vacinas devem ser mantidas de +2°C a +8°C, por até oito horas. “A Sesa está consolidando fluxos, considerando a estrutura logística e operacional para a estratégia de imunização, e articulando com os serviços ambulatoriais especializados e laboratórios, de acordo com perfil dos grupos recomendados pelo MS“, disse a pasta estadual, em nota.
Conforme a Sesa, serão vacinados, nesse primeiro momento, “homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais a partir de 18 anos vivendo com HIV/aids com resultado obtido no último exame, identificados com status imunológico de contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos 6 meses, além de profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus em equipamentos com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade”.
A vacina a ser utilizada é a Jynneos que, segundo o Ministério da Saúde, é uma “vacina viva”, produzida a partir da cepa Vaccinia Ankara-Bavarian Nordic (MVA-BN) modificada, um Orthopoxvírus atenuado e não replicante contra varíola e varíola de macaco. O imunizante induz respostas imunes humorais e celulares aos Orthopoxvírus. O esquema de vacinação é de duas doses (com 0,5 ml cada), com quatro semanas de intervalo (28 dias). Ela é indicada para uso em adultos com idade igual ou superior a 18 anos.
SITUAÇÃO NO CEARÁ
Conforme o painel IntegraSUS, gerido pela Sesa, o Ceará soma 580 casos confirmados da doença e mais de 2 mil notificações. Atualmente, 3 casos estão em investigação. A última atualização da plataforma foi atualizada às 16h15 desta terça-feira, 13. A maior parte das confirmações ocorreu em homens com idade entre 30 e 39 anos (210 casos). Nas mulheres, a doença é mais recorrente na idade entre 20 e 29 anos (22 casos).
Fortaleza soma o maior número de confirmações (424), seguida de Caucaia (23), Maracanaú (17) e Sobral (17). Os sintomas mais recorrentes são erupção cutânea, febre, lesão genital, adenomegalia (linfonodos com tamanho aumentado) e cefaleia (dor de cabeça). Até o último balanço, a doença foi confirmada em 10 crianças, de 0 a 9 anos, sendo 7 em meninas e 3 em meninos.
Com colaboração de Anderson Alves.