O Ceará ocupa a 10ª posição entre as Unidades Federativas (UFs) do Brasil no ranking de números de negócios em situação de inadimplência. Segundo os últimos dados levantados do Indicador de Inadimplência das Empresas, da Serasa Experian, o Estado encerrou maio deste ano com um total de 160.549 empresas com contas atrasadas. Em meio a alta de juros e em um processo de transição econômica com novas reformas, a habilidade de negociar dívidas pode ser a chave para evitar a falência das empresas.
Segundo Paulo Magalhães, advogado da RA&A Advogados, especialista em questões empresariais, “a negociação é muitas vezes a melhor opção para ambas as partes envolvidas”. “[Ela] permite que as empresas encontrem soluções mutuamente benéficas, evitando custos e complicações associados a processos judiciais”. Dentre os estados nordestinos, o Ceará ocupa a terceira posição no ranking, atrás apenas da Bahia, com 340,6 mil empresas em inadimplência, e de Pernambuco, com 209,1 mil empresas na mesma situação. Em âmbito nacional, o número de empresas em tal condição chegou a 6,48 milhões. 88,4% deste total, ou seja, 5,73 milhões, são micro ou pequenos negócios.
Magalhães comentou sobre a complexidade do processo de negociação. “Não é simples e requer uma abordagem estratégica e jurídica. Uma assessoria jurídica especializada desempenha um papel crucial na condução dessas negociações”, afirmou.
INADIMPLÊNCIA AFETA TAMBÉM A POPULAÇÃO
Além da situação de atraso de contas às empresas, 45,5% dos cearenses adultos se encontravam em inadimplência, em dados do mês de julho. Com um total de 3.175.459 pessoas endividadas, o Estado era o segundo do Nordeste no ranking. Somada, a dívida chega a mais de R$ 12,3 bilhões.
Nacionalmente, o Ceará ocupa a 11ª posição no índice de inadimplência dentre a população adulta. À frente, aparecem Rio de Janeiro (52,80%); Amapá (52,72%); Amazonas (52,20%); Distrito Federal (52,05%); Mato Grosso (50,33%); Roraima (49,23%); Mato Grosso do Sul (48,69%); Pernambuco (46,19%); São Paulo (45,61%); e Tocantins (45,52%). Ainda em âmbito nacional, 43,78% da população adulta do país se encontra endividada. Ou seja, o Ceará está acima da média brasileira.
