O Ceará segue, no segundo trimestre deste ano (abril-maio e junho), com a menor taxa de desemprego do Nordeste. A informação é da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta terça-feira, 15, que apresenta uma redução no desemprego em oito unidades da federação nesse período. No Ceará, o indicador diminuiu de 9,6% para 8,6% da força de trabalho local.
O indicador que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar (nível da ocupação) foi estimado em 47,6% no 2º trimestre de 2023 no Ceará, apresentando expansão de 1,0 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior e estabilidade frente ao 2º trimestre de 2022. Sendo, portanto, o único estado do país a apresentar aumento, quando os demais registraram estabilidade. A população ocupada no 2º trimestre de 2023 foi estimada em 3,5 milhões de pessoas.
O secretário do Trabalho (SET), Vladyson Viana, ressalta o avança na atração de novas empresas e os investimentos públicos em todo o Ceará. “Estamos muito satisfeitos com o resultado, reduzimos a taxa de desemprego, mantendo o número abaixo do registrado no país e nos demais estados nordestinos. O Ceará demonstra que as iniciativas para atração de novos empreendimentos e a manutenção de investimentos públicos já tem trazido resultados, que devem ser mantidos e ampliados no segundo semestre”, complementa.
SETORES
Os setores da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (crescimento de 30 mil postos de trabalho); alojamento e alimentação (21 mil); construção (18 mil); transporte, armazenagem e correio (16 mil); outros serviços (8 mil); e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (4 mil) puxaram a maior oferta de trabalho no Ceará no período. O resultado foi atenuado pela redução do nível ocupacional de alguns segmentos, principalmente, o de serviços domésticos (-9 mil).
O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.000. Este resultado apresentou estabilidade em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 1.946) e aumento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 1.850).
INFORMALIDADE
Mesmo com os números tidos como positivos, a informalidade ainda é um fato que preocupa. De acordo com o secretário Vladyson Viana, o Ceará conta atualmente com mais de 2 milhões de trabalhadores na informalidade no Ceara. “Precisamos pensar políticas públicas para o trabalho convencional, formal, celetista, e isso envolve uma política de desenvolvimento econômico de atração de novas empresas e empreendimentos, traçar metas e um ambiente favorável para essas empresas, bem como investimentos públicos que geram empregos diretos e indiretos“, observou, em entrevista ao programa Conexão Assembleia, na segunda, 14.
De acordo com o titular, atualmente, o Estado conta com cerca de 4 milhões de cearenses na força de trabalho, sendo cerca de 1,2 milhão de carteira assinada e 400 estatutários, ou pessoas que têm vínculo com o poder público.
O poder público tem discutido, conforme o secretário, uma estratégia de médio e longo prazo, com as universidades e instituições de nível superior instaladas no Estado, para ofertar qualificação profissional em diversos setores. “Se um trabalhador tiver qualificação, ele vai evoluindo na carreira, melhorando o salário. Então, é preciso ter uma oferta de qualificação técnica, formação inicial e continuada, de nível superior, enfim, um conjunto de ofertas”, enfatizou.
Nesse ponto, Viana destaca a importância do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e do Instituto do Desenvolvimento do Trabalho (IDT), sendo esse último o executor das ações da Política Nacional de Trabalho no Ceará. O IDT, como exemplificou o secretário, é responsável por 12% das admissões no Estado. Ou seja, 12, de cada 100 contratações, passam por atendimento no instituto.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Para vencer a barreira da informalidade, o titular apontou a qualificação profissional, desde a escola, como fato primordial. Na avaliação do titular, a política de escolas em tempo integral, com o ensino profissional que é realizado, tem grande contribuição na formação dos jovens e os prepara e capacita para o mercado de trabalho. “A política de estágio e aprendizagem também é uma ferramenta fundamental para que esse jovem possa, logo cedo, viver e se ambientar com o trabalho, a rotina e a cultura de uma empresa, que é bem diferente de uma escola ou de casa. Essas experiências tornam os jovens mais preparados para o mercado”, disse.
O secretário afirmou ainda que há uma grande importância na parceria entre a Secretaria do Trabalho e a Secretaria de Educação do Estado, visando à qualificação de jovens para o mercado. “O ponto central dessa parceria é o planejamento para a oferta de uma qualificação profissional com o ensino médio integral, observando as necessidades do mercado de trabalho do território em que esses jovens estão inseridos”, finalizou.