A Universidade Federal do Ceará (UFC) inaugurou na última sexta-feira, 28, o Laboratório de Hidrogênio e Máquina Térmicas. A nova instalação, vinculada ao Departamento de Engenharia Mecânica, é mais um passo significativo que a Instituição dá na busca de se firmar como líder em pesquisas sobre energias renováveis e hidrogênio verde. O laboratório fica localizado no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, no bloco 718, e conta com a colaboração de 24 estudantes de graduação e de 8 de pós-graduação.
Durante a cerimônia de inauguração, o reitor da UFC, Cândido Albuquerque, destacou a simbologia da inauguração do laboratório para o Ceará. “Nós estamos querendo colocar o Ceará como referência no Brasil na produção de hidrogênio verde. É preciso que nós tenhamos esse espaço”. Ele enfatizou ainda o papel da universidade como produtora de conhecimento e tecnologias e ressaltou a importância da aproximação entre a academia, o Governo e o setor produtivo. O professor André Bueno, coordenador do laboratório, agradeceu, por sua vez, o apoio da administração superior na realização do espaço.
“O principal objetivo é contribuir para a formação dos estudantes, proporcionando a eles a oportunidade de se envolverem no desenvolvimento de novos motores e sistemas inovadores para a geração de hidrogênio”. Ainda segundo ele, o novo espaço está equipado com ambientes para modelagem computacional, oficina de prototipagem e áreas de estudo relacionadas a motores, geração de hidrogênio a partir de esgoto, energia eólica, energia solar, biomassa e biocombustível.
HIDROGÊNIO VERDE
O Ceará tem apostado na produção de Hidrogênio Verde como carro-chefe na transição energética no Estado. Já são mais de 30 memorandos assinados com multinacionais para produção do combustível no Ceará. Durante a solenidade, a professora Diana Azevedo, vice-diretora do Centro de Tecnologia (CT) da UFC, mencionou a relevância das discussões sobre o H2V no contexto mundial e ressaltou a oportunidade de envolver a academia para que a sociedade local também possa se beneficiar dessa produção. Ela alertou sobre a importância de evitar que o hidrogênio se torne uma simples commodity, resultando na importação de produtos com alto valor agregado da Europa.
“O hidrogênio é essa possibilidade de a gente estocar vento e sol e enviar para os mercados que têm demanda, mas não têm oferta. Só que a gente não pode cair no risco de que isso vire uma simples commodity e que depois a gente importe o aço verde da Europa e os bens acabados com um valor agregado bem maior”, alertou;
Também participaram do evento de inauguração, a vice-coordenadora do centro de pesquisa, professora Carla Andrade, o consultor de energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), Jurandir Picanço; os docentes que integram o novo laboratório, Paulo Alexandre Rocha, Fernanda Leite Lobo e Mona Lisa de Oliveira, além dos estudantes de graduação e pós que atuarão no projeto.