A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) confirmou, nesta sexta-feira, 12, mais cinco casos da monkeypox (varíola dos macacos). Com isso, o Estado chega a 14 confirmações – até quarta-feira, 10, haviam nove casos da doença. Segundo a Sesa, 12 pacientes são residentes da Capita, Fortaleza; e outros dois de municípios do interior do Estado: Russas (1) e Sobral (1). “Todas as confirmações até o momento são de pacientes do sexo masculino com idades entre 20 e 49 anos”, destaca nota da Pasta.
Até esta sexta-feira, o Ceará soma 263 notificações, das quais 88 foram descartadas laboratorialmente e 161 seguem em investigação nos municípios de:
- Aracaú (1);
- Aquiraz (1);
- Aracati (1);
- Assaré (1);
- Barbalha (2);
- Barreira (1);
- Brejo Santo (2);
- Caridade (1);
- Cascavel (4);
- Caucaia (6);
- Crato (7);
- Eusébio (1);
- Farias Brito (1);
- Fortaleza (76);
- Fortim (1);
- Granja (1);
- Guaraciaba do Norte (1);
- Horizonte (1);
- Ibaretama (1);
- Icapuí (1);
- Iguatu (1);
- Irauçuba (1);
- Jaguaretama (1);
- Jaguaribe (1);
- Jaguaruana (2);
- Jati (5);
- Jijoca de Jericoacoara (1);
- Juazeiro do Norte (9);
- Limoeiro do Norte (1);
- Maracanaú (6);
- Milhã (2);
- Morada Nova (2);
- Pacajus (4);
- Pedra Branca (1);
- Pindoretama (1);
- Quixadá (1);
- Quixeré (1);
- Russas (5);
- Sobral (2);
- Tamboril (1);
- Tauá (1); e
- Tejuçuoca (1).
Segundo a Sesa, em todas as notificações foram aplicadas as medidas recomendadas, como isolamento, busca ativa de contatos e coleta de material para exames laboratoriais para elucidação do caso e para diagnóstico diferencial para outras doenças, que estão em processamento. “A Sesa tem monitorado e atuado ativamente junto às Vigilâncias em Saúde dos Municípios, realizando publicação periódica de notas técnicas atualizadas sobre a monkeypox”, destaca a nota.
Além disso, semanalmente, às sextas-feiras, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), da Sesa, divulga nota atualizada do cenário da doença no Estado.
Recomendações
No último dia 1º, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica na qual recomenda o uso de máscaras para mulheres grávidas, lactantes e com bebês recém-nascidos para prevenção contra a “varíola dos macacos”. O documento orienta que o grupo deve usar preservativos em qualquer tipo de contato sexual – principal meio de transmissão da doença. A nota considera o “rápido aumento do número de casos de MPX [monkeypox] no Brasil e no mundo.”
“Associado à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea, recomenda-se que as gestantes, puérperas e lactantes: mantenham uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus; usem preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal) uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente”, ressalta.
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As recomendações da Pasta alertam que o quadro clínico de gestantes tem características similares ao de outras pessoas. Entretanto, nesse grupo, a gravidade da doença pode ser maior. Além das grávidas, crianças com menos de 8 anos e imunossuprimidos integram o grupo de risco para a varíola dos macacos. Por isso, segundo o documento, os laboratórios devem priorizar o diagnóstico dessas pessoas, “visto que complicações oculares, encefalite e óbito são mais frequentes.”
Segundo a nota, gestantes, puérperas e lactantes devem se manter afastadas de pessoas que apresentem febre e lesões cutâneas. Em casos de sintomas suspeitos, elas devem procurar ajuda médica. Para pacientes sintomáticos, a recomendação é manter isolamento por 21 dias e monitorar os sinais da doença. Caso persistam, a orientação é repetir o teste. Nos casos de gestantes com quadro moderado ou grave de varíola dos macacos, o Ministério da Saúde recomenda que elas sejam hospitalizadas, “levando em consideração maior risco”.
Emergência
No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a mais de 70 países. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, com a nova realidade internacional, “busca-se aumentar a coordenação entre os países e reforçar os mecanismos de busca ativa, com o objetivo de implementar medidas que ajudem a conter a circulação do vírus”.
Transmissão e sintomas
Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas.
O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.
Prevenção
Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.