O Ceará chegou à marca de 64 reservatórios sangrando e um abastecimento total de 51,3% nos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Os dados são do Portal Hidrológico, consultados pelo OPINIÃO CE na manhã desta segunda-feira (15). Além disso, os três maiores reservatórios do Estado também ganharam aportes importantes.
O Orós, 2º maior açude do Estado, tem 63,26% de recarga, tendo iniciado a quadra chuvosa, em 1º de fevereiro, com 50,64%. Já o maior açude do Ceará, o Castanhão, chegou a 30,27% de sua capacidade – em 1º de fevereiro de 2024, eram 23,11%. A terceira maior barragem, o Banabuiú, registra 39,95%, mas iniciou a quadra chuvosa com 36,38%.
Outros 14 reservatórios cearenses estão próximos de ultrapassarem suas lâminas máximas, com mais de 90% de recarga. Conforme a Cogerh, 26 açudes estão abaixo dos 30%, índice considerado preocupante. Em igual período de 2023, o Estado somava 48,1% de recarga total nos reservatórios, com 62 açudes sangrando, 10 acima dos 90% e outros 35 abaixo dos 30% de recarga. Os bons aportes observados no ano passado também contribuem com o cenário mais confortável observado hoje.
No momento, quatro regiões cearenses estão acima de 90% das suas capacidades de armazenamento (Acaraú – 95,55%; Coreaú – 99,31%; Baixo Jaguaribe – 100%; e Litoral – 100%).
QUADRA CHUVOSA
Faltando um mês e meio para o fim da quadra chuvosa, que se encerra em maio, o Ceará vem conseguindo aportes significativos. As boas chuvas que banham as regiões cearenses se mostram ainda mais importantes pela previsão inicial de seca para este ano. Com o enfraquecimento do fenômeno conhecido como Super El Niño, no entanto, a situação mudou. Conforme prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Estado tem 40% de chances de chuvas na média e 30% acima da média histórica para o trimestre de abril, maio e junho.
De acordo com a Funceme, as condições de El Niño no Pacífico Equatorial ainda têm padrão de anomalias positivas, “porém com menores magnitudes em relação aos meses anteriores, mas ainda assim, indicando a atuação do fenômeno”. Há 30% de probabilidade para a categoria abaixo da normal no Ceará.
- Abaixo da normal: 248,3 mm
- Acima da normal: 388,8 mm
A média do ocumulado para o trimestre em questão já é abaixo do observado em outros períodos do ano. Em abril, de 190 mm; em maio, de 90 mm; e em junho, de 37 mm, quando se trata do Ceará como um todo. Observando, ainda, que chuvas normais neste período devem levar em consideração essa variabilidade”, explica Meiry Sakamoto, meteorologista da Funceme.