Além do pré-contrato assinado com a Fortescue, mais 17 memorandos de entendimento já foram consolidados com o Governo do Estado até o momento
Priscila Baima
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O Ceará assinou nesta quarta-feira, 15, o primeiro pré-contrato com a multinacional australiana Fortescue Metals Group para concretizar o Hub de Hidrogênio Verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), em São Gonçalo do Amarante, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Além da Fortescue, mais 17 memorandos de entendimento já foram assinados com o Governo do Estado até o momento. O Governo do Estado ainda não tem previsão de quando cada empresa iniciará a produção de energia limpa.
As informações são da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedet) em nota ao OPINIÃO CE. A parceria entre Estado e Fortescue, líder global na indústria de minério de ferro, vai promover a cooperação mútua para viabilizar a implantação da primeira usina de H2V no Pecém, além de fomentar a cadeia produtiva da energia no estado.
A expectativa é de que a Fortescue Future Industries (FFI), subsidiária da mineradora australiana, exporte H2V para a Europa, América do Norte e outras partes. Com pré-contrato assinado, a multinacional prevê realizar as seguintes ações: estudar e procurar identificar oportunidades viáveis para a produção de hidrogênio verde; envidar seus melhores esforços para colaborar com as universidades locais para desenvolver programas de pesquisa para promover tecnologias relacionadas ao hidrogênio; preferencialmente, capacitar e contratar mão de obra local; contratar serviços e produtos de empresas e fornecedores locais, de preferência.
“A previsão da empresa é gerar 2.500 empregos na fase de construção e 800 durante a operação da unidade, com investimento de 6 bilhões de dólares. É um momento muito importante para o desenvolvimento do nosso estado, que caminha para ser referência na produção de Hidrogênio Verde e, com isso, gerar mais postos de trabalho aos cearenses”, afirmou a governadora Izolda em publicação nas redes sociais.
A Fortescue assinou, em julho de 2021, um memorando de entendimento para implantação de uma usina de Hidrogênio Verde no Pecém.
“Foi uma longa jornada em relação a esse pré-contrato, que é muito robusto e vai nos dar autorização para investir mais ainda. Esse é um dos maiores projetos de Hidrogênio Verde do mundo, e um dos primeiros também. Como brasileiro estou muito orgulhoso em trazer isso para o Ceará, que tem nas pessoas o seu diferencial competitivo e atrativo”, destacou Luís Viga, gerente de desenvolvimento de Negócios da FFI Brasil.
H2V: COMBUSTÍVEL DO FUTURO
O Hidrogênio Verde se apresenta como a energia mais limpa para diminuir a emissão de carbono e, assim, garantir um futuro sustentável para o planeta. De acordo com o estudo “Scaling Up”, do Hydrogen Council, até 2050 o H2V representará 18% de toda a energia consumida em todo o mundo.
O Governo do Ceará criou, em fevereiro de 2021, o Hub de Hidrogênio Verde, numa ação em parceria com a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec), Universidade Federal do Ceará (UFC) e Complexo do Pecém.
Além disso, vale destacar que o Ceará tem potencial de ser produtor de energias renováveis do Ceará, sendo a localização geográfica e estratégica seu ponto forte, assim como a capacidade logística e consumidora de Hidrogênio Verde do Complexo do Pecém.