O Governo do Ceará assinou um memorando de entendimento (MoU) com a Neoenergia para o desenvolvimento de estudos conjuntos para o incentivo a projetos de geração de energia eólica “offshore” no litoral cearense. O termo “offshore”, do inglês, significa “fora da costa”. Nesse modelo, as turbinas estão localizadas no mar. Conforme o Governo, o acordo é um marco significativo na diversificação sustentável do portfólio energético do Estado, que possibilitará aproveitar a capacidade dos ventos marítimos cearenses. As eólicas offshores são utilizadas, por exemplo, para a produção do Hidrogênio Verde (H2V).
Os objetivos do projeto, conforme o Executivo estadual, não se limitam à redução das emissões de CO2, visando alcançar ainda a geração de empregos e impulsionar o crescimento econômico na região. Segundo o governador Elmano de Freitas (PT), o Ceará apresenta um “grande potencial” para a geração de energias renováveis. “(…) Diante disso, o Governo do Estado tem colaborado para a consolidação de investimentos que impulsionarão o desenvolvimento de negócios voltados para a geração de energia limpa”, disse.
“O projeto da Neoenergia, empresa líder no setor elétrico, para produção de energia eólica offshore, contribui, de forma significativa, com o processo de diversificação sustentável do portfólio energético do Estado (…)”, completou o chefe do Executivo.
O secretário estadual do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho (PDT), em entrevista ao podcast Questão de Opinião, do OPINIÃO CE, já destacou que o Estado pode começar a produzir 200 mil toneladas de hidrogênio verde por ano a partir de 2027. Para isso, no entanto, é necessário que a Legislação que permite a produção do hidrogênio de baixo carbono avance.
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O evento de assinatura do Governo do Estado com a Neoenergia ocorreu no Palácio da Abolição e contou ainda com as presenças do superintendente da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Carlos Alberto Mendes; da secretária do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), Vilma Freire; de Salmito Filho; do presidente do Complexo Portuário e Industrial do Pecém (CIPP), Hugo Figueiredo; e do diretor de Hidráulica e Offshore da Neoenergia, Marcelo Lopes.
Marcelo Lopes destacou que o Governo do Ceará está alinhado à estratégia da Neoenergia. “É importante que o Brasil se prepare para a geração de novas fontes de energia renovável que vai evoluir no longo prazo. O pioneirismo da Neoenergia foi fundamental para tornar a eólica ‘onshore’ uma realidade no País. Acreditamos que o surgimento de novas tecnologias para geração de energia limpa nos levará ao caminho mais seguro para uma transição energética justa e sustentável”, completou.
A NEOENERGIA
A companhia, parte do grupo espanhol Iberdrola, atua no Brasil desde 1997, sendo atualmente uma das líderes do setor elétrico do país. Presente em 18 estados e no Distrito Federal (DF), seus negócios estão divididos nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização. As suas distribuidoras atendem cerca de 16,4 milhões de clientes, o equivalente a uma população superior a 37 milhões de pessoas. Com o Ceará, foi firmado o quinto acordo de cooperação firmado pela Neoenergia para o desenvolvimento da geração eólica offshore no Brasil. A companhia conduz ainda estudos para avaliar a viabilidade de implantação de projetos eólicos em alto-mar no Rio Grande do Norte, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
A Neoenergia possui 4,3 GW de capacidade instalada em geração, sendo 88% de energia renovável. Em transmissão, são 3 mil km de linhas em operação em lotes 100% entregues, e 5,6 mil km em construção. A empresa possui ainda o Instituto Neoenergia, que visa fomentar o desenvolvimento sustentável a partir de ações socioambientais.