Considerada a principal aposta do Governo do Ceará para aumentar o PIB estadual, o Hidrogênio Verde pode ter um impacto ainda incalculável na indústria local. Para saber ao certo as cifras que podem ser geradas aos produtores locais, o Estado aguarda um estudo da Massachusetts Institut of Techonology (MIT), dos EUA. A revelação foi feita pelo secretário do Desenvolvimento Econômico do Ceará, Salmito Filho (PDT), em entrevista exclusiva ao podcast Questão de Opinião, do OPINIÃO CE.
A expectativa é que o estudo, que deve ser entregue em cerca de três meses, mostre a predisposição do Ceará para a produção de H2V e indique o impacto para as indústrias instaladas no Estado.
A partir da avaliação do estudo, o hidrogênio verde produzido no Ceará ganhará destaque no cenário mundial, tornando o produto competitivo no mercado internacional, principalmente em países na União Europeia e nos Estados Unidos. A partir da demanda, o hidrogênio verde se tornará mais barato, favorecendo o mercado interno de empresas cearenses e aquelas que estão instaladas no Estado.
“O resultado do estudo vai ser lançado para fazer esse diagnóstico e ver como as empresas cearenses ou as empresas que estão no Ceará podem aproveitar essa oportunidade. Elas (empresas) poderão, no momento adequando, quando esse hidrogênio verde estiver mais competitivo e mais barato, consumir [o H2V]”, explicou o secretário do Desenvolvimento Econômico.
As indústrias que demandam intensos consumos de energia, como as de cerâmica, se beneficiarão do hidrogênio verde, podendo migrar de outras fontes como o carvão e gás natural, conhecidos pelos impactos negativos da poluição. O gestor também destaca que o Estado tem mão-de-obra, porto e energia limpa e barata, elementos que devem atrair diversos investimentos para favorecer as indústrias já inseridas no mercado interno.
REGULAMENTAÇÃO
O Ceará ainda aguarda a finalização do processo de regulamentação do setor para iniciar suas atividades de forma mais efetiva. No fim do ano passado, avançou no Congresso Nacional o marco legal para o hidrogênio verde, a partir da criação do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixo Carbono (PHBC). A pauta deve garantir o arcabouço jurídico para alavancar o setor. Segundo Salmito Filho, isso deve ser concluído ainda neste ano. A expectativa é que o Ceará inicie, no começo do ano que vem, a instalação do hub de hidrogênio, no Porto do Pecém, para garantir a produção do H2V – o que deve ocorrer a partir de 2027, em larga escala.
Confira a entrevista completa com Salmito Filho no podcast Questão de Opinião.