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4 de outubro de 2024

CBF quer que clubes percam um ponto na classificação em casos envolvendo racismo

Para a medida passar a valer, contudo, será necessária a aprovação dos clubes nos congressos técnicos que antecedem as competições
Foto: Ascom/Sejuv

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A CBF irá propor aos clubes do futebol brasileiro que haja a perda de um ponto na tabela de classificação para cada caso de racismo envolvendo os times a partir do próximo ano. A intenção foi anunciada nesta quarta-feira pelo presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, na abertura do Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, que acontece na sede da entidade, no Rio de Janeiro.

Ednaldo já havia antecipado a medida na terça-feira, mas oficializou o desejo durante discurso perante cartolas do futebol brasileiro, sul-americano e da Fifa, autoridades e representantes de movimentos negros e LGBT+. “Sou negro, nordestino, e sei o que é enfrentar preconceito na vida”, afirmou Ednaldo. “Não há mais espaço para racistas no século XXI ”

Para a medida passar a valer, contudo, será necessária a aprovação dos clubes nos congressos técnicos que antecedem as competições, e que são realizados semanas antes do início do Brasileirão.

“Vou pedir para que os clubes envolvidos em casos de racismo percam pelo menos um ponto no campeonato”, reiterou Ednaldo, lembrando que isso poderá ser decisivo em campeonatos de pontos corridos para definir o campeão, os classificados para torneios continentais e o acesso e descenso.

Também presente ao evento, o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, assumiu o compromisso de “perseguir implacavelmente” os racistas que se forem vistos nos estádios – os casos registrados em jogos da Copa Libertados e da Sul-Americana se repetiram com frequência este ano.

“A Conmebol assume sua parte da responsabilidade. Estamos decididos a perseguir implacavelmente essa prática deplorável”, disse Domínguez. “O racista que se apresenta nas arquibancadas não deixa de ser racista em casa, na rua ou no seu trabalho.”

O Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol acontece pela primeira vez na CBF, em parceria com o Observatório da Discriminação Racial do Futebol. Além dos cartolas, também estão presentes representantes do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQs, entre outros. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e o músico Gilberto Gil também participam do evento.

Estadão Conteúdo

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