No bairro Dionísio Torres, uma iniciativa de inclusão chama atenção. Trata-se do 1º Ofício de Registro de Imóveis de Fortaleza, que dispõe em seu quadro de funcionários profissionais formados em Língua Brasileira de Sinais (Libras) para o atendimento de pessoas com deficiência (PDCS).
O serviço ainda é pouco conhecido, mas relevante. A própria funcionária Jade Pável, de 23 anos, atesta isso. Ela conta que um dos clientes que atendeu, nas últimas semanas, foi um professor do curso de Libras, no qual se formou há três meses.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 1,7 milhão de pessoas no Ceará possuem alguma dificuldade de audição. O resultado foi colhido em pesquisa inédita sobre Libras divulgada no ano passado. Desse total, mais de 150 mil pessoas revelaram saber usar essa comunicação, representando 9,2% deste grupo populacional, enquanto 61,3% ou 43 mil pessoas que não ouvem nada afirmaram saber se comunicar por meio de Libras.
Em todo o País, os dados são ainda mais significativos. O IBGE também fez outra amostragem na nova Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2021, em que mostrou que pelo menos 17,3 milhões de pessoas têm alguma deficiência no Brasil, o que representa um contingente de 8,4% da população. No Ceará, estão 10,6% da população, índice maior que o nacional.
De acordo com a diretoria de Comunicação e Marketing da Associação dos Notários e Registradores do Ceará (Anoreg-CE), Priscila Aragão, “os cartórios cearenses têm avançado nas ações sociais, em especial de acessibilidade e comunicação inclusiva, como é o caso do 1º Ofício de Registro de Imóveis de Fortaleza.”