Carlomano Marques (MDB) encaminhou nesta quinta-feira (8) a carta-renúncia à Prefeitura de Pacatuba. O documento foi encaminhado ao presidente da Câmara Municipal daquela cidade e à desembargadora Vanja Fontenele. “Fiz uma carta sem acusar ninguém, sem depositar culpa em ninguém”, frisou.
O agora ex-gestor estava afastado do cargo há 11 meses. No período fora da Prefeitura, por decisão judicial, Carlomano apresentou vários recursos, entretanto todos foram negados. Em novembro do ano passado, ele chegou a ser preso durante operação deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE).
Em abril de 2023, a Justiça determinou o afastamento de Carlomano Marques por 180 dias, sob acusação de integrar um esquema de corrupção naquela cidade da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ao tomar conhecimento da decisão judicial, o então prefeito passou mal e teve de ser internado, ficando sob escolta policial até receber alta médica.
SOBRINHO ASSUME
Rafael Marques, vice-prefeito e sobrinho de Carlomano, assumiu a gestão do município. Com a renúncia do tio, Rafael passa a ser o prefeito efetivo até o final deste ano. Não há informações se ele concorrerá à reeleição.
Carlomano Marques publicou um vídeo nas redes sociais para dar satisfação aos pacatubenses que, segundo ele, o elegeram deputado estadual e duas vezes prefeito.
“A Justiça, a meu ver, de uma maneira insensata, resolveu me afastar, me arrancar da cadeira de prefeito que o povo me colocou. Estou afastado há meses. Até agora, a Justiça não diz que sou culpado nem diz que sou inocente. E eu vou atravessando o tempo com o mais fino, agudo e frio punhal atolado no meu coração”, disse o político.
SEM GOSTO DE VIVER
O ex-prefeito disse que o desejo dele é que os juízes o chamem, digam que crime ele cometeu ou que mostrem que foi investigado, mas que nada contra ele foi encontrado. “Fica nessa espera que está me moendo por dentro, me tirando até o gosto pela vida”, disse Carlomano.
Ao final do vídeo, Carlomano citou o caso de Jânio Quadros, que renunciou à Presidência da República em 1961. “Ele colocou que estava renunciando por conta de forças ocultas. Aqui, eu não falarei em forças ocultas porque todo mundo vê, sabe quem são os verdadeiros interessados na minha renúncia. O maior interessado sou eu, porque quero voltar à minha condição de cidadão comum. De poder frequentar todos os espaços públicos e privados de Pacatuba”, encerrou.