“Se uma área em que o Ceará precisa avançar é no combate à violência”, respondeu Roberto Cláudio (PDT) ao ser questionado por Capitão Wagner (União Brasil) em debate nesta terça-feira, 6. Os três principais candidatos ao Governo do Estado discutiram ideias no evento promovido pela TV OTIMISTA. Entre os destaques, o tema de segurança pública foi um dos centrais na discussão.

Segundo o candidato pedetista, não vai ser com soluções “mágicas” que as melhorias vão ocorrer. O ex-prefeito de Fortaleza defende que não é “escondendo o problema” que ele vai ser resolvido nem trazendo soluções de fora, como a proposta de Wagner em utilizar como modelo a polícia federal estadunidense, o FBI.

“As facções e a violência têm trazido intranquilidade às famílias. Tem tirado famílias de locais onde vivem, onde moram. É um problema real e concreto. Eu quero ser o governador que vai enfrentar isso com os pés no chão. Sem solução mirabolante. Sem trazer o super-homem de Miami dos Estados Unidos. Sem prometer convênio com entidade internacional como o FBI.”

O capitão da Polícia Militar lembrou a aliança recém-desfeita do grupo político de Roberto com o de Camilo Santana (PT), ex-governador do Ceará e candidato ao Senado. Wagner ainda mencionou o apelido de “pinguim”, atribuído a RC ainda nas disputas pela Prefeitura de Fortaleza.

“O candidato fala como se a um mês atrás ele não defendesse essa política pública que está posta no Ceará. De fato, nem o super-homem, nem o batman, muito menos o pinguim vai resolver o problema da violência no estado do Ceará”, respondeu Wagner.

O candidato do União Brasil lembrou suas propostas que visam à implantação de um sistema de reconhecimento facial para foragidos da lei, dobrar o corpo de agentes de segurança além de fortalecer o sistema de inteligência para a prevenção de crimes.

Mais adiante, Roberto questionou o adversário que lidera as intenções de voto da disputa estadual sobre políticas contra a violência contra mulheres e feminicídio. O deputado federal evitou responder a questão limitando à definição de gênero. Citou as dezenas de milhares de cearenses assassinados nos últimos 16 anos, com governos da antiga aliança entre PT e PDT, e voltou a defender a parceria com o FBI.

Roberto Cláudio disse que Wagner não responderia por ser favorável à liberação de armas para a população. Propôs a implantação de 20 delegacias da mulher pelo interior do estado, a criação de um aplicativo que facilite esse tipo de denúncia e a criação de uma secretaria destinada a políticas públicas voltadas ao gênero. Por fim, os dois candidatos defenderam políticas públicas voltadas à independência financeira de mulheres para facilitar a desvinculação com agressores.

Elmano de Freitas (PT) esteve distante da discussão sobre segurança, mas utilizou todos os espaços possíveis para cravar em Wagner a marca da troca de apoio entre o deputado federal e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Questionado pelo candidato do União sobre políticas para a cultura, ele lembrou a extinção do ministério por Bolsonaro. Elmano destacou as críticas feitas por Wagner a Camilo Santana na gestão da pandemia e disse que o deputado federal licenciado “não criticou quando o presidente não quis comprar as vacinas.”

Em outro momento,Wagner respondeu que os adversários atacavam o presidente na busca por “atingí-lo de alguma forma.” Falando sobre parcerias para construção de moradias populares, o candidato do União voltou a dizer que vai conversar com quem for eleito presidente da República e disse não ter “paixão” por nenhum dos nomes lançados ao Planalto.

MENÇÕES A CID

Tanto Elmano quanto Roberto Cláudio citaram o senador licenciado e ex-governador Cid Gomes. O pedetista destacou as obras do Centro de Eventos do Ceará e o Aeroporto de Aracati como investimentos no turismo. Já Elmano apontou a obra do hospital regional de Quixeramobim, também iniciada na gestão de Cid.

Ambos disputam o apoio do pedetista que, no último fim de semana, declarou voto em Camilo Santana para o Senado e em Ciro Gomes (PDT) para a Presidência, mas disse que não falaria sobre o governo do Estado por querer retomar a aliança entre os partidos. Roberto Cláudio ainda usou a gestão da ex-correligionária Izolda Cela (sem partido) para atacar Elmano.