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19 de janeiro de 2025

Capital segue com alta dos preços de itens de consumo básico e de serviços

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Cenário em Fortaleza ocorre mesmo com Capital com menor índice de inflação do Nordeste e segunda menor do Brasil, atrás apenas de Porto Alegre

Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br

Perfil dificulta que famílias possam ter acesso a produtos e serviços básicos (Foto: Natinho Rodrigues)

Deixar de consumir alguns alimentos e gastar mais com educação. É essa a consequência que famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos vão ter que lidar com mais um aumento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em Fortaleza, que saltou de 0,69% em janeiro para 0,81% em fevereiro.

Ou seja, mesmo com o menor índice de inflação do Nordeste e o segundo menor do Brasil, ficando atrás apenas de Porto Alegre (0,40%), a Capital cearense segue com alta nos preços e pessoas deverão perder mais poder de compra.

O levantamento foi divulgado nesta sexta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em 2022, o INPC acumula alta de 1,51% e, nos últimos 12 meses, de 10,41%. Em fevereiro de 2021, a taxa foi de 1,52%. Os grupos Vestuário (-0,45%) e Despesas Pessoais (-0,04%) tiveram variação negativa, enquanto os outros sete tiveram alta em fevereiro de 2022, com destaque para Educação com 5,88%.

Dos subitens que compõem o INPC, as cinco maiores variações foram batata-inglesa (35,71%), maracujá (20,06%), banana-prata (19,37%), ensino superior (9,59%) e pré-escola (9,34%). Na avaliação do economista Fran Bezerra, o aumento do índice em Fortaleza é preocupante e dois fatores estão sendo decisivos nesse momento: o aumento dos combustíveis e a guerra entre Rússia e Ucrânia.

“É importante destacar que a inflação continua num patamar de crescimento e é preocupante que ele esteja ascendente. Mês passado, em Fortaleza, foi de 0,67%, e esse mês foi de 0,81%. O resultado disso tem a ver com o conflito entre Rússia e Ucrânia, que agravou o preço da conta-petróleo. Estamos sentindo o reflexo disso”, explica. O economista e conselheiro do Conselho de Economia do Ceará (Corecon-CE), Eldair Melo, enfatiza a importância de mensurar a variação desses preços com INPC.

Com o índice, é possível compreender o quanto as famílias vão poder comprar e o quanto elas vão ter que abdicar. “Como e quanto essas famílias gastam para viver mensalmente? Alimentos, remédios, transportes e outras coisas vão afetar o consumo por conta desse aumento. Isso representa que essas famílias perderam poder de compra”, revela. Ainda segundo Eldair, o salário mínimo que foi reajustado “não teve ganho real e isso vai comprometer mais ainda a renda líquida e a compra da cesta básica dessas famílias”, conclui.

SOBRE INPC
O INPC é calculado pelo IBGE e refere-se às famílias com rendimento monetário de até cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado, residentes nas áreas urbanas das regiões de abrangência do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de janeiro a 25 de fevereiro de 2022 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de dezembro de 2021 a 28 de janeiro de 2022 (base).

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