A busca por novas fontes de energia e novos negócios para uma prestação de serviços de água e esgoto sustentável e inovadora fez com que a Cagece criasse um programa de inovabilidade em transição energética. O programa prevê ainda o reaproveitamento do potencial energético renovável de subprodutos, rejeitos e processos dos sistemas operados pela companhia, com a utilização de novas tecnologias.
Thiago Dantas, engenheiro químico da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Cagece, explica que na corrida contra o tempo para a universalização dos serviços de água e esgoto em todo o País, há uma preocupação para que o alcance das metas do novo Marco Legal do Saneamento não termine gerando impactos negativos como o aumento de emissão de carbono na atmosfera, em virtude da necessidade que está por vir de uma maior demanda de energia elétrica para o setor de saneamento.
“Essa é uma preocupação que já foi até mostrada pela Agência Internacional de Energia (International Energy Agency), a qual emitiu um relatório com uma expectativa de crescimento de 30%, entre 2020 a 2030, na demanda de energia elétrica mundial no setor de água”, informa Thiago Dantas.
Segundo ele, algumas frentes de trabalho da Cagece já estão em curso com o foco para uma transição energética do setor de saneamento do Estado, de forma a contribuir, inclusive, com as ações de enfrentamento à crise climática em todo o mundo.
Entre os projetos da Cagece com esse propósito, destaca-se a usina-modelo que purifica e converte biogás gerado nas estações de tratamento de esgoto em energia renovável e que possui ainda um reaproveitamento térmico do lodo e a areia das estações com potencial também para a geração de energia ambientalmente sustentável. Este projeto conta com a parceria da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Além dele, a companhia também participa de iniciativas para a produção de hidrogênio verde no estado, a partir da utilização de águas de reúso provenientes do tratamento de esgoto doméstico de Fortaleza e Região Metropolitana. O programa de Inovabilidade de Transição Energética prevê ainda a possibilidade de geração de energia elétrica por meio do macrossistema de distribuição de água do Ceará.