Voltar ao topo

19 de maio de 2025

Cabeça é para pensar

Para quem quer cabecear uma bola, as mãos e os cotovelos são armas poderosas

Compartilhar:

Os gols de cabeça tem sido uma constante. Falta próxima à área de meta. O excitado e sensacionalista locutor televisivo acende o pavio que ele acredita atingir o sistema nervoso central do telespectador. “Os zagueiros vão para a área. Jogador X é ótimo na bola pelo alto”.

Treinados para esta situação, os jogadores de ambas as equipes procuram um posicionamento dentro da área. Como diz a vó de um amigo meu, é um horror porque fica um bando de macho se agarrando. O árbitro até que tenta evitar, mas fica impossível. O árbitro apita. O batedor alça a bola sobre a área adversária que, após alcançar seu ponto mais alto, começa a descer, descrevendo uma parábola. Jogadores saltam de braços abertos para ganhar equilíbrio, ocupar espaço, se proteger e atrapalhar o adversário na tentativa de fazer ou evitar um gol.

Para quem quer cabecear uma bola, as mãos e os cotovelos são armas poderosas. Citei o caso específico da bola alta sobre a área, mas essa disputa da bola pelo alto acontece a todo instante, e, isso está fazendo com que as contusões no rosto e na cabeça tenham se multiplicado. A informação é da própria CBF. As concussões, como são chamadas as contusões cerebrais que ocorrem após pancadas na cabeça, se tornaram uma preocupação real no futebol. São inúmeros os atendimentos médicos que ocorrem a cada rodada.

Por conta disso, a CBF instituiu no campeonato brasileiro um protocolo obrigatório que os médicos dos times precisam seguir quando um jogador sofre uma concussão. A Comissão de Médicos da CBF atesta que as pancadas na cabeça só perdem para as distensões musculares. O atendimento no campo tem que ser rápido devido ao jogo, porém sinais como perda de consciência, convulsão no solo sem se movimentar, confusão mental e marcha instável com cabeça baixa orienta retirada imediata de campo e ida para um hospital.

O jogo deve ser rasteiro. Lembre-se que Messi, por oito vezes Bola de Ouro, usa a cabeça para pensar. O futebol fica bonito e esses choques afetam a vida do jogador. O jogo pelo alto é inevitável, mas um locutor esportivo não deve estimulá-lo. Faz mal à saúde.

[ Mais notícias ]