O governo Jair Bolsonaro tenta se associar a um centro de defesa cibernética ligado à Otan. A aliança militar liderada pelos EUA está no centro dos motivos alegados pela Rússia para a guerra na Ucrânia.
No ano passado, o Brasil instruiu suas embaixadas em países-membros do CCDCOE (Centro de Excelência de Defesa Cibernética Cooperativa, na sigla em inglês) a consultar os respectivos governos anfitriões se uma candidatura do Brasil seria bem aceita.
De acordo com interlocutores do Itamaraty, embora tenha recebido algumas respostas positivas de nações vistas como centrais na organização, a totalidade dos integrantes plenos ainda não respondeu aos acenos brasileiros.
Especialistas ouvidos pela reportagem disseram, sob condição de anonimato, que a demora de alguns membros em enviar uma resposta mostra resistência ao pleito. Mas integrantes do governo envolvidos nas tratativas negam que exista oposição a uma possível candidatura do país.
É preciso unanimidade dos sócios plenos do centro para que um país possa ingressar. O órgão foi criado em 2008 e tem sede em Tallinn, na Estônia. Além de acreditação da Otan, o centro tem status de organização militar internacional. O estabelecimento de uma estrutura voltada para a defesa cibernética no âmbito da Otan ganhou força após ataques a organizações públicas e bancos estonianos, em 2007.