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15 de outubro de 2024

Brasil soma cerca de 6 mil localidades quilombolas, aponta estudo

Dado é um dos pontos de apoio do Censo Demográfico 2022, que trará um levantamento sobre essa população, a qual conta com 2.308 agrupamentos em todo território nacional
Foto: Márcio Costa/Agência IBGE Notícias

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Um trabalho de mapeamento nacional identificou 5.972 localidades quilombolas e 2.308 agrupamentos quilombolas no Brasil – o estudo envolve entidades representativas em sua feitura. Os agrupamentos quilombolas são aqueles em que há 15 ou mais pessoas residindo em um ou mais domicílios próximos espacialmente e nos quais as pessoas estabelecem laços de parentescos ou comunitários.

Partindo do pressuposto da relevância necessária ao bem-estar dessa população, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou nesta quarta-feira, 17, o Dia de Mobilização do Censo Quilombola, ato que inaugurou oficialmente o Censo Demográfico 2022 nessas comunidades pelo país.

“Toda a divulgação foi acordada com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq)”, afirma nota do IBGE. A data marcou a apresentação da metodologia da operação censitária nessas áreas e objetivou mobilizar as lideranças a abrirem suas comunidades para que a população quilombola responda ao Censo 2022.

O estudo visitará todos os territórios, comunidades e localidades do perfil. As comunidades, domicílios ou localidades que eventualmente não tenham sido identificadas durante o mapeamento serão incluídas nas bases de dados pelos recenseadores para estimativas de subnotificação.

“É importante que essa população esteja preparada e sabendo que o IBGE está trazendo essa possibilidade de retratar sua realidade pela primeira vez. Outro objetivo é mobilizar as lideranças quilombolas para que abram suas comunidades e recebam nosso recenseador. O terceiro objetivo é visibilizar para a sociedade em geral essa grande novidade e avanço do Censo 2022: a inclusão de mais um dos povos e comunidades tradicionais” explica a coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes.

DESENHAR O TREINAMENTO
Outra etapa importante, argumenta o IBGE, foi desenhar o treinamento dos recenseadores. “Para que as pessoas se sintam confortáveis em responder ao censo, é importante que percebam que sua identidade e forma de organização social serão respeitadas”, reflete o instituto, que explica que foi necessário preparar os recenseadores para saberem lidar com a diversidade e alteridade, na chegada a um território ou comunidade quilombola.

Além do treinamento de cinco dias dos recenseadores feito em todo o território nacional, no caso dos que vão recensear áreas quilombolas, houve um dia adicional em que todas essas recomendações foram passadas. O Censo Demográfico vai produzir um retrato inédito da realidade dos quilombolas e suas comunidades. A pesquisa mostrará como vive a população quilombola, suas diferentes formas de organização social e enorme riqueza cultural.

Nas comunidades quilombolas, os recenseadores do IBGE vão procurar as lideranças locais para realizar uma reunião de abordagem, se apresentarem e explicarem o que é o Censo Demográfico. Vão solicitar também o apoio de membros da comunidade para a realização da coleta e visitar as casas para realizar as entrevistas com as famílias residentes. Todas as informações são protegidas e só o IBGE tem acesso. Depois de encerrada a fase de visitas, a instituição reúne as informações, garantindo que as pessoas que participaram do censo não sejam identificadas.

As informações são apresentadas sem nenhuma identificação para a sociedade. Para o censo, o IBGE realizou consultas a partir de 2018, quando foi apresentada como seria a inclusão da população quilombola e os primeiros resultados dos testes sobre perguntas que funcionariam ou não para retratar a população quilombola.

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