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15 de outubro de 2024

Brasil registra a menor taxa de desocupação desde 2015

Em números, o Brasil tem hoje 10,6 milhões de pessoas desocupadas. São 1,4 milhão de pessoas a menos frente ao trimestre anterior, afirma o IBGE

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Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br

Números são os mais atuais do IBGE sobre o cenário (Foto: Natinho Rodrigues)

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) mais atual aponta que a taxa de desemprego ficou em 9,8% no trimestre móvel encerrado em maio.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em maio desde 2015, quando o indicador registrou 8,3%.

Especialistas divergem ao OPINIÃO CE sobre o que motivou a queda. Em números, o Brasil tem hoje 10,6 milhões de pessoas desocupadas. São 1,4 milhão de pessoas a menos frente ao trimestre anterior, o que representa um recuo de 11,5%. Na comparação anual, a queda foi de 30,2%, com 4,6 milhões de pessoas a menos desocupadas.

Já o número de pessoas ocupadas atingiu o recorde da série iniciada em 2012, com 97,5 milhões. Uma alta de 2,4%, ou mais 2,3 milhões de pessoas, na comparação trimestral, e de 10,6%, ou 9,4 milhões de pessoas, na comparação anual. O nível da ocupação foi estimado em 56,4%, alta de 1,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 4,9 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2021.

O número, apesar de positivo, pode não ser a realidade quando se fala de qualidade de emprego e boa remuneração. É o que avalia o professor de economia conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Wandemberg Almeida. Segundo o economista, os empresários estão procurando contratar mais pessoas temporariamente.

“O que a gente via somente em períodos sazonais, agora acontece com uma frequência muito maior. Há uma certa redução de custos e encargos sociais e, por conta disso, acaba ficando algo mais atrativo. Isso acarreta uma mão de obra mais barata”, explica Almeida.

A motivação maior dos empresários se dá por conta da instabilidade econômica que o país está passando. “As pessoas acabam se sujeitando à essa realidade. Um emprego de baixa qualidade, de baixa remuneração, que não valoriza a sua capacidade e, para poder manter, o profissional acaba se sujeitando a isso para ter renda”, reforça o professor.

Ainda de acordo com Almeida, há uma tendência de mercado de que “sim, teremos uma população mais ocupada, mas o rendimento desses profissionais vem caindo por conta da baixa remuneração.” Já para o economista Vicente Férrer, a taxa de desemprego representa uma melhora na economia, sendo a menor taxa desde 2015.

“O pós-pandemia já chegou e o Brasil fez o dever de casa antes de todo mundo, aumentando a taxa de juros, tentando reduzir a inflação e projetando Brasil num cenário internacional. Agora, talvez, cresçamos 2%. O período eleitoral geralmente é prejudicial, mas a longo prazo, a tendência é aumentar o número de empregos formais e aumentar a renda da população.”

Na avaliação do economista, nos próximos anos, o Brasil tem chances de melhora econômica em relação ao emprego. A taxa composta de subutilização caiu 1,7 ponto percentual em relação ao trimestre móvel encerrado em fevereiro, para 21,8%. Na comparação com o trimestre encerrado em maio de 2021, a queda foi de 7,4 pontos percentuais.

A população subutilizada ficou em 25,4 milhões de pessoas, uma queda de 6,8% frente ao trimestre anterior e de 23,8% na comparação anual. A subocupação por insuficiência de horas trabalhadas atinge um contingente de 6,6 milhões de pessoas, número estável ante o trimestre anterior e 11,1% menor do que no mesmo período do ano passado.

A população fora da força de trabalho caiu 0,8% na comparação trimestral, para 64,8 milhões de pessoas. Na comparação anual, a queda foi de 4,7%, o que representa 3,2 milhões de pessoas menos nessa situação.
Considerando o acumulado de 2022, de janeiro a maio, Fortaleza ficou em 1º lugar em admissões (125.110) do Norte e Nordeste e também em estoque de empregos (661.044) dentre as capitais do Norte e Nordeste.

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