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15 de outubro de 2024

Brasil receberá antiviral para tratar “varíola dos macacos”, diz Queiroga

Em um primeiro momento, serão contemplados casos mais graves da doença
Foto: Agência Brasil

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O Brasil receberá, por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), o antiviral Tecovirimat para “reforçar o enfrentamento ao surto” de varíola dos macacos. O anúncio foi feito pelo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pelo Twitter, nesta segunda-feira, 1º. “O Ministério da Saúde receberá, por intermédio da OPAS, o antiviral tecovirimat para reforçar o enfrentamento ao surto de Monkeypox no Brasil. Serão contemplados casos mais graves em um primeiro momento.”, informou.

Segundo a Agência Brasil, o antiviral tem sido oferecido como opção de “uso compassivo [autorização de uso de medicamento novo por agência reguladora, ainda sem registro definitivo]” nos Estados Unidos. Porém, ainda não há dados que demonstrem a eficácia do Tecovirimat para o tratamento da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, 1.342 casos de varíola dos macacos foram registrados em todo o país até este domingo, 31. Na última sexta-feira, 29, a Pasta confirmou a primeira morte pela doença no Brasil. A vítima era um homem de 41 anos, em Belo Horizonte (MG), que tinha comorbidades. O Ministério da Saúde investiga as circunstâncias da morte. No mesmo dia, o Ministério confirmou os primeiros casos da “varíola dos macacos” em crianças no território brasileiro.

Emergência

No último dia 23 de julho, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a doença é uma emergência de saúde pública, de caráter global. A entidade levou em consideração o cenário “extraordinário” da doença, que já chegou a mais de 70 países. De acordo com a Prefeitura de São Paulo, com a nova realidade internacional, “busca-se aumentar a coordenação entre os países e reforçar os mecanismos de busca ativa, com o objetivo de implementar medidas que ajudem a conter a circulação do vírus”.

Transmissão e sintomas

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%. O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas.

O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a OMS, os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Prevenção

Segundo o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem. Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas. A OMS afirma trabalhar em estreita colaboração com países onde foram relatados casos da doença viral.

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