A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) aprovou a inclusão de mais dois parques brasileiros na lista de geoparques mundiais reconhecidos pela entidade. Tratam-se do parque Caminhos dos Cânions do Sul, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul; e o parque Seridó, no Rio Grande do Norte. O geoparque Araripe, na Bacia do Araripe, que se estende pelo sul do Ceará, na região do Cariri; Pernambuco e Piauí, era a única unidade nacional a figura na lista, até então.
“Os sítios dessa rede apresentam uma extraordinária diversidade geológica que sustenta a diversidade biológica e cultural de diferentes regiões. Os geoparques atendem as comunidades locais, e combinam a conservação de seu patrimônio geológico único com a disseminação pública e o desenvolvimento sustentável”, informou a Unesco.
Os geoparques são territórios reconhecidos como regiões que possuem importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica e que combinam a conservação com o desenvolvimento sustentável por meio das comunidades locais. Na última atualização da lista da Unesco, foram aprovados mais oito geoparques, incluindo os dois brasileiros. Com isso, passaram a participar da Rede Global de Geoparques 177 unidades, em 46 países.
“Com essas 8 novas designações, a Rede agora cobre uma superfície mundial de 370.662 km², comparável à área do Japão”, destaca a publicação.
Geoparques
Segundo a Unesco, o Geoparque Seridó abrange uma área de 2.800 km² no semiárido nordestino e abriga mais de 120 mil habitantes, incluindo comunidades como os quilombolas, que mantêm viva a memória de seus ancestrais. “O geoparque é testemunha dos últimos 600 milhões de anos da história da Terra e abriga uma das maiores mineralizações de scheelita da América do Sul, um importante minério de tungstênio, além de fluxos de basalto decorrentes da atividade vulcânica durante as Eras Mesozóica e Cenozóica”, destaca a Unesco.
Já o Geoparque Caminhos dos Cânions do Sul, conta com uma área de 2.830,8 km² e abriga 74.120 habitantes. A região é caracterizada pela Mata Atlântica, um dos ecossistemas mais ricos do planeta. “Os habitantes pré-colombianos da área costumavam se abrigar em paleotocas cujos numerosos vestígios ainda são visíveis no geoparque. Além disso, o local apresenta os cânions mais impressionantes da América do Sul, formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente sofreu durante a dissolução do supercontinente Gondwana há cerca de 180 milhões de anos”.