A partir de julho, o Brasil vai assumir a presidência do Mercosul Cultural. Com a ampliação de parcerias com os países vizinhos, o país foi o escolhido para assumir o foro, durante a 54ª Reunião de Ministros da Cultura do Mercosul, realizada na última sexta-feira, 2, em Buenos Aires, Argentina. Além dos membros efetivos do Mercado Comum (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), o encontro reuniu, também, os ministros do Chile, da Colômbia e do Peru.
Na sexta-feira, ocorreu a solenidade de transferência da presidência pro tempore (provisória) do Mercosul Cultural para o Ministério da Cultura (MinC) do Brasil. A gestão brasileira, com Margareth Menezes, ministra da Cultura, terá início oficialmente em julho, com duração de seis meses, mas os ministros aproveitaram o evento para assinar a passagem simbólica do cargo.
Ao assinar o termo de posse, Margareth Menezes enumerou as diretrizes para o Mercosul Cultural no segundo semestre. Ela enfatizou a necessidade de uma relação mais potente na economia cultural para fortalecer a cultura em todos os países do bloco. Ainda segundo a ministra, o trabalho será pautado pela necessidade de união dos países, com a ampliação das fronteiras para disseminação de livros e leitura, produção audiovisual e relações tecnológicas.
Ainda na sexta, os ministros da Cultura do Mercosul reconheceram o Museu Sítio de Memória Esma (Escuela de Mecánica de la Armada) como patrimônio cultural do bloco. Localizada em Buenos Aires, a instituição busca preservar a memória das vítimas e promover a conscientização sobre as violações de direitos humanos durante a ditadura militar na Argentina, entre 1976 e 1983. Segundo o MinC, o reconhecimento do Esma como patrimônio do Mercosul teve apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
DECLARAÇÃO CONJUNTA
Brasil e Argentina assinaram uma declaração conjunta para o fortalecimento de ações coletivas de apoio às economias culturais de ambos os países. O documento foi assinado durante a 7ª edição do Mercado de Indústrias Culturais Argentinas (Mica), no sábado, 3, também na capital argentina. O Brasil foi convidado de honra.
Conforme o texto, há a necessidade de fortalecer a capacitação, a formação e a educação digital de trabalhadores da cultura para que o avanço na digitalização não resulte em maiores níveis de exclusão.
MERCOSUL CULTURAL
O Mercosul Cultural é considerado o órgão máximo para a deliberação das políticas culturais dentro do bloco e reúne uma agenda temática do bloco voltada para a definição de programas conjuntos com ênfase na integração de políticas e planos nacionais de cultura, o desenvolvimento de estudos, a integração de sistemas de informação e estatísticas de cultura, a circulação de bens e serviços culturais, a promoção do intercâmbio técnico e artístico, universalização do acesso à cultura e gestão do patrimônio cultural e valorização da memória social e da diversidade cultural da região.
O grupo trabalha de forma ampliada com os quatro Estados-Partes do bloco econômico: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além dos sete Estados Associados: Chile, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. As reuniões regulares são realizadas semestralmente. A presidência do Mercosul Cultural possui rotatividade semestral.
As informações são da Agência Brasil.