Nesta terça-feira, 16, primeiro dia oficial de campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para divulgar a informação enganosa de que o principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem intenção de fechar igrejas, caso seja eleito.
“- É preciso estar atento. A partir de hoje, mais do que nunca, os que amam o vermelho passarão a usar verde e a amarelo, os que perseguiram e defenderam fechar igrejas se julgarão grandes cristãos, os que apoiam e louvam ditaduras socialistas se dirão defensores da democracia”, escreveu o atual governante.
Visto como o novo “kit gay” da campanha bolsonarista, a teoria falsa busca prejudicar a imagem de Lula nos setores religiosos, principalmente entre os evangélicos e católicos mais conservadores.
Lula, por sua vez, também escreveu nas redes sociais rebatendo o assunto. Em publicação, o petista chamou Bolsonaro de “mentiroso” e “fariseu”, e afirmou que o chefe do Executivo tenta manipular a fé dos religiosos.
“Bolsonaro mente para os evangélicos. Ele é um fariseu, tenta manipular a fé de homens e mulheres evangélicas que vão à igreja pela sua religiosidade”, escreveu Lula.
Segundo o candidato petista, Bolsonaro “conta mentiras todos os dias” e manda um recado ao adversário: “não haverá mentiras ou fake news que nos impeçam de mudar o Brasil”.
Veja as publicações dos candidatos à presidência da República:
– É preciso estar atento. A partir de hoje, mais do que nunca, os que amam o vermelho passarão a usar verde e a amarelo, os que perseguiram e defenderam fechar igrejas se julgarão grandes cristãos, os que apoiam e louvam ditaduras socialistas se dirão defensores da democracia.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) August 16, 2022
Bolsonaro mente para os evangélicos. Ele é um fariseu, tenta manipular a fé de homens e mulheres evangélicas que vão à igreja pela sua religiosidade. E conta mentiras todos os dias. Mas quero que ele me ouça: não haverá mentiras ou fake news que nos impeçam de mudar o Brasil.
— Lula 13 (@LulaOficial) August 16, 2022
Novo ‘kit gay”
Essa aposta da campanha bolsonarista é vista pelo PT como uma espécie de releitura do “kit gay”, fake news que prejudicou a campanha de Fernando Haddad (PT) em 2018. A sigla já anunciou que busca formas de ir à Justiça contra a propagação da desinformação.
A teoria falsa formulada pela equipe do atual presidente tem ganhado as redes sociais, mas também recebeu reforço nesta semana do deputado federal e pastor Marcos Feliciano (PL-SP). Em entrevistas concedidas nos últimos dias, o aliado de primeira linha de Bolsonaro, admitiu ter espalhado a desinformação.
“Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas. Tenho que alertar meu rebanho de que há um lobo nos rondando, que quer tragar nossas ovelhas através da enganação e da sutileza. A esmagadora maioria das igrejas está anunciando a seus fiéis: ‘tomemos cuidado’”, disse Feliciano à Rádio CBN. Ele é pastor da Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento.