Doze milhões de desempregados. Este é o contingente aproximado, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, de homens e mulheres sem trabalho no Brasil. O Ipea diz que são cerca de 9,4% da população economicamente ativa do País. Essa é uma das graves tragédias nas quais o bolsonarismo está implicado – sobretudo se se considerar que em 2014 o Brasil alcançou o que se define como “pleno emprego.”
A condição de apenas oito anos atrás define o contexto em que trabalhadores desempregados recusam empregos porque não aceitam os salários oferecidos, geralmente abaixo das expectativas. Ou, então, porque desconhecem as vagas disponibilizadas. Uma ou outra situação se deve exclusivamente à formulação de políticas públicas que fomentem empregos e qualifiquem empregados e empregadores.
Se há ações propositivas, planejadas e eficientemente testadas pelos governos alcança-se o pleno emprego. Se não, amarga-se a degradação galopante da mão-de-obra e dos ganhos das famílias. É o que temos para hoje.
Bolsonaro: “Evitamos o desemprego”
Corte para fala de Bolsonaro, aparentemente preocupado com o desemprego: “Na pandemia era para ter 6 milhões de desempregados. Tivemos saldo positivo em 2020. Em 2021, quase 3 milhões de novos empregos. Isso foi feito ouvindo os meus ministros. Evitamos o desemprego. E como está o emprego no momento? Tenho certeza que, mais um mês, chegaremos a um dígito no número de desempregados no Brasil”. Isso foi dito em 8 de junho passado, numa reunião com empresários, no Rio de Janeiro.
Bolsonaro: “Eu não crio empregos”
Novo corte para fala de Bolsonaro, querendo fugir da responsabilidade que tem como presidente da República e tentando jogar sobre os outros o que cabe a ele: “Por que o ensino foi de mal a pior nos governos do PT? Porque interessa à juventude ser doutrinada, ser um boca aberta aí. (Dizem) ‘A culpa é do governo. Cadê o meu emprego?’ Você tem que correr atrás. Eu não crio emprego. Quem cria emprego é a iniciativa privada”.
Verdade verdadeira
Jair Bolsonaro, os filhos e aliados costumam reclamar que a imprensa não é justa com ele. Dessa vez, foi injusta mesmo, vamos reconhecer. Afinal, Bolsonaro não mentiu. Ao contrário, disse uma cristalina verdade e ninguém o elogiou. Ele, de fato, não cria emprego.
Daí
Há no Ceará cerca de 420 mil desempregados. Que projeto o bolsonarista Capitão Wagner (UB) tem para as demandas dos trabalhadores? E o que o trabalhista Roberto Cláudio (PDT) diz a respeito do tema? E Elmano Freitas (PT)? Como pretendem tratar do problema?