O presidente Jair Bolsonaro foi convencido, na manhã desta segunda-feira (28), por aliados, a tirar Milton Ribeiro do comando do Ministério da Educação. Alguns aliados ainda defenderam a ideia de o atual ministro tirar apenas uma licença, mas a preferência da maioria é pela demissão.
Ribeiro está envolvido na crise atual que o MEC está passando, que foi intensificada na semana passada, onde foi vazado um áudio que mostra o ministro em uma reunião com prefeitos, revelando que, a pedido de Bolsonaro, repassa verbas do ministério a municípios designados por pastores.
Em sequência a revelação do áudio, surgiram denúncias de prefeitos que os pastores favorecidos pelo MEC cobraram propina dos municípios para liberar as verbas recebidas. Entre alguns pedidos, estavam depósitos de R$ 15 mil e pagamentos em barras de ouro. A Polícia Federal (PF) já abriu inquérito para investigação.
De acordo com interlocutores de Bolsonaro, a crise só deve aumentar e novas denúncias devem surgir, o que deve desgastar a imagem do presidente que está em ano eleitoral. A decisão pela saída do ministro deve ser divulgada ainda hoje. Para substituir, interinamente, Milton Ribeiro, deve ser escolhido o secretário-executivo Victor Godoy Veiga.
Logo quando a crise no MEC surgiu, Bolsonaro foi relutante em demitir Milton, o ministro foi uma escolha pessoal do presidente para o cargo. Em sua live semanal, na última quinta-feira (24), Bolsonaro chegou a declarar que botaria a “cara no fogo” pelo ministro.
“O Milton, coisa rara de eu falar aqui. Eu boto minha cara no fogo pelo Milton, minha cara toda no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, afirmou Bolsonaro.