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20 de janeiro de 2025

Bolsonaro e Albuquerque se reuniram subitamente para exoneração

Ministro das MInas e Energia, Bento Albuquerque e da Economia, Paulo Guedes, participa da solenidade de sanção da lei de capitalização da Eletrobrás

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O agora ex-integrante da ala militar do Planalto, Bento Albuquerque reuniu-se na última segunda, fora da agenda oficial da Presidência, ocasião em que trataram de sua saída

Kelly Hekally
De Brasília
kelly.hekally@opiniaoce.com.br

Bento Albuquerque estava no Governo Bolsonaro desde o início da gestão, em 2019 (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Mais duas baixas ocorreram no governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) – a mais relevante está ligada ao Ministério de Minas e Energia (MME) e aconteceu em reunião privada e marcada subitamente no principal gabinete do Palácio do Planalto.

O MME tinha na ponta um dos homens que iniciaram a composição ministerial originária, em 2019, e conseguiram se manter ao lado de Bolsonaro desde então: Bento Albuquerque.

Agora ex-integrante da ala militar do Palácio do Planalto, o general e almirante da reserva reuniu-se na última segunda-feira, 9, fora da agenda oficial da Presidência da República, com Bolsonaro, ocasião em que trataram de sua saída. Em nota, Bento Albuquerque afirmou nesta quarta-feira, 11, horas depois de deixar o cargo, que “a decisão de deixar o Ministério de Minas e Energia foi de caráter pessoal” e que “agradece a oportunidade e que se orgulha de ter participado do Governo do Presidente Bolsonaro que continua a contar com a sua lealdade, respeito e amizade.”

NOME DE CONFIANÇA DE JOSÉ MAURO COELHO
O ex-ministro, segundo o líder do Governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), era um dos nomes de maior confiança de Bolsonaro e que sempre se moldou às exigências do presidente à frente da pasta. Para a saída de Bento Albuquerque, pesou a alta do preço do diesel às distribuidoras, anunciada também na última segunda-feira e em vigência desde terça-feira, 10.

O recém-empossado presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, é um nome próximo ao militar. Até o fechamento deste conteúdo, o presidente da República, que esteve em motociata na tarde de ontem na Região Sul do País, não havia se manifestado sobre a troca no MME. Logo cedo, o novo ministro, ex-secretário de Paulo Guedes no Ministério da Economia – posto onde estava também desde 2019, Adolfo Sachsid, fez publicação nas redes sociais, agradecendo o convite.

“Agradeço ao Presidente @jairbolsonaro pela confiança, ao min Guedes pela apoio e ao min Bento pelo trabalho em prol do país. Com muito trabalho e dedicação espero estar a altura desse que é o maior desafio profissional de minha carreira. Com a graça de Deus vamos ajudar o Brasil.”

A pauta do preço de combustíveis no Brasil é de extrema relevância para a reeleição de Bolsonaro, segundo pesquisa eleitoral Genial/Quaest publicada nesta quarta, soma 29% das intenções de votos. A mesma pesquisa coloca Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro lugar, com 46% das intenções de votos.

PERFIL OLAVISTA
A missão de Adolfo Sachsid, de perfil olavista – razão pela qual passa então a integrar a ala ideológica do Governo – é contribuir positivamente com a pauta do preço de combustíveis. Foram ouvidos na pesquisa dois mil eleitores entre os últimos dias 5 e 8 em todas as regiões do Brasil.

A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o intervalo de confiança é de 95%. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sob o protocolo BR-01603/2022.

A outra exoneração diz respeito a Rodrigo Cruz, que era o número dois do Ministério da Saúde, atrás apenas de Marcelo Queiroga no organograma da pasta. Rodrigo Cruz era secretário-executivo. Daniel Meirelles Fernandes Pereira foi nomeado para a função.

O novo gestor ocupava o posto de assessor especial de Marcelo Queiroga e substituto eventual do Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento. Ambas as exonerações foram publicadas em versão extra do Diário Oficial da União (DOU) desta quarta.

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