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26 de abril de 2025

‘Manifestações são fruto de indignação e sentimento de injustiça’, diz Bolsonaro

Sem falar expressamente sobre o resultado das urnas, Bolsonaro disse que sempre 'jogou dentro das quatro linhas da constituição' e criticou opositores
Foto: Agência Brasil/Divulgação

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou publicamente pela primeira vez, após mais de 40 horas depois do resultado das urnas que deu a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no domingo, 30. A declaração foi feita à imprensa no Palácio da Alvorada, na tarde desta terça-feira, 1º. Em comunicado breve, lido, Bolsonaro afirmou que as manifestações registradas em todo o País são fruto do que chamou de ‘indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral’.

“As manifestações são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da ‘esquerda’, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, distruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, disse o mandatário.

Sem falar expressamente sobre o resultado das urnas, Bolsonaro disse que sempre ‘jogou dentro das quatro linhas da constituição‘ e criticou opositores. “Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da constituição. Nunca falei em controlar ou censurar mídias e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, disse o presidente, destacando o número de parlamentares de direita eleitos.

“A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, Pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos a pandemia e as consequências de uma guerra”.

Na sequência, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, afirmou que, com autorização do presidente, iniciará o processo de transição com o novo governo eleito. “O presidente Jair Messias Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na Lei, iniciarmos o processo de transição. A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela, em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira [3] será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei no nosso País”.

Manifestações

Mais cedo, o presidente se reuniu com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio de Oliveira, e o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior. O assunto debatido teria sido segurança pública. As informações são do portal UOL.

A falta de posicionamento se deu em meio a uma série de protestos de caminhoneiros que fecharam estradas em 25 estados e no Distrito Federal. Nesta terça-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, reforçou em despacho a autorização ao uso de tropas da Polícia Militar pelos governadores de Estados para dar início à “imediata desobstrução de todas as vias públicas que ilicitamente estejam com seu trânsito interrompido”. A decisão leva em consideração a escalada de tensão no País.

“As Polícias Militares dos Estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar em face desses ilícitos, independentemente do lugar em que ocorram, seja em espaços públicos e rodovias federais, estaduais ou municipais, com a adoção das medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis dos Poderes Executivos Estaduais”, escreveu o ministro.

Moraes chamou as paralisações realizadas em todo o País de “movimento ilegal” e reforçou a autorização dada aos governadores para que adotem todas as medidas necessárias e “suficientes” para dar fim a essas manifestações. No despacho, o ministro escreveu que as informações disponíveis até o momento demonstram a existência de “risco à segurança pública em todo o território nacional”, inclusive por meio de crimes contra as “instituições democráticas”.

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