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14 de janeiro de 2025

Besouros metálicos atacam árvores de quase 50 anos na UFC

Tal espécie de inseto já havia sido avistada na Capital neste ano, em episódio em que duas árvores mungubeiras foram derrubadas no bairro Aldeota
Sumaúmas, na Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC). Foto: Viktor Braga/UFC

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Duas árvores da espécie sumaúma na Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC) são atacadas pelo “besouro metálico”, inseto cujas larvas perfuram a base e enfraquecem a estrutura de espécies vegetais de grande porte. O animal já foi observado na capital cearense no último mês de outubro, em que acometeu duas árvores no bairro Aldeota. Segundo a UFC, as sumaúmas, portanto, precisarão passar por uma série de procedimentos com o intuito de evitar o colapso e aumentar seu tempo de vida.

Nas árvores, os besouros foram identificados devido a sintomas da presença das larvas no interior das árvores, como gomose, substância que a planta produz como forma de reação; desprendimento de casca; pequenos furos no tronco; e perda intensa de folhas. Nas últimas semanas, após nova análise, os técnicos da Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental (UFC Infra) atualizaram o laudo de avaliação de risco, que determinou a necessidade de uma intervenção, a ser iniciada nos próximos dias.

O Euchroma gigantea – nome científico do besouro – foi avistado pela primeira vez na instituição em 2022, durante ações de monitoramento realizadas pela Prefeitura Especial de Gestão Ambiental (PEGA), vinculada à UFC Infra. Desde então, verificou-se aumento na presença do animal, para o qual não há predador natural em áreas urbanas nem inseticida capaz de eliminá-lo.

Na Reitoria, de acordo com a UFC, apenas as duas sumaúmas foram afetadas pelo inseto. Porém, em outros locais da Universidade, mais casos já foram identificados e vêm sendo monitorados. “Para evitar que o problema se estenda a outras árvores de um determinado local, o primeiro passo é evitar o plantio de espécies mais vulneráveis ao inseto, como mungubeiras, baobás e chichás, além das sumaúmas”, explicou a Instituição.

PROCEDIMENTOS A SEREM REALIZADOS

Com o intuito de reduzir o risco de queda das árvores e fortalecê-las para aumentar o seu tempo de vida, a UFC deve realizar procedimentos como o reequilíbrio de copa, por meio de podas corretivas; a retirada de galhos secos e de plantas trepadeiras presentes no topo das árvores, a fim de reduzir o peso que elas precisam suportar; e a retirada de material danoso dos troncos, como pregos e hastes colocados no passado.

Segundo o professor Lamartine Soares, do Departamento de Fitotecnia da Universidade, será realizada ainda a “endoterapia”. “A ação consiste na injeção de nutrientes diretamente nos vasos condutores das plantas para fortalecê-las”, destacou.

“Também vamos aplicar a técnica de mulching vertical, que consiste em perfurar o solo a 20 centímetros de profundidade e adicionar composto orgânico, que tanto é rico em nutrientes como em fungos e bactérias benéficos ao solo. Assim, melhoramos a biota do solo e, consequentemente, a planta vai ganhar com isso”, disse.

“A UFC FAZ DE TUDO PARA MANTER UMA ÁRVORE EM PÉ”

Ainda conforme o professor, a principal solução em árvores afetadas pelo besouro metálico é a supressão. “Sobretudo quando se atesta que a infestação está em estágio avançado. Mas quando encontramos uma espécie de importância ambiental e social muito grande, que está presente ali há muito tempo e é um símbolo daquele espaço, como as sumaúmas, tentamos segurar ao máximo”, explicou. Ele cita ainda que uma árvore de tal porte contribui com diversos aspectos ecossistêmicos, que trazem benefícios para além da área da Universidade. “Toda a população de Fortaleza ganha com a permanência de uma árvore, ainda mais uma árvore quase cinquentenária”, disse. Como completou ele, “a UFC faz de tudo para manter uma árvore em pé”.

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