Voltar ao topo

25 de março de 2025

Belezas e feridas de corpos dissidentes é destaque em exposição no Centro Cultural Banco do Nordeste

A mostra “Campo de Passagem: Movimento Ondulatório” é inspirada na história de M. DIas Preto e apresenta 80 trabalhos que trazem memórias cicatrizadas de experiências do presente, passado e futuro
A exposição é pensada a partir do livro de artista "Campo de Passagem" desenhado por M. Dias Preto. Foto: Reprodução/Encantada/M. Dias Preto
A exposição é pensada a partir do livro de artista "Campo de Passagem" desenhado por M. Dias Preto. Foto: Reprodução/Encantada/M. Dias Preto

Compartilhar:

Pensada a partir do livro “Campo de Passagem” e com a premissa da arte enquanto instrumento de reflexão, descobertas e aceitação, a mostra “Campo de Passagem: Movimento Ondulatório”, idealizada por M. Dias Preto, será inaugurada nesta quarta-feira (1º) no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), das 18h30 às 21h30. A exposição conta com curadoria de Diego de Santos e, durante a abertura, haverá apresentações especiais da DJ Bugzinha e da cantora Ana Lu Dias.

Para M. Dias Preto, a exposição destaca as belezas e as feridas de corpos dissidentes. “Por meio do álbum de família, faço uma reconstrução fictícia de memórias de um corpo dissidente, revelando um processo de registro histórico e biográfico em oposição ao apagamento colonial imposto à população afro, indígena e LGBTQIA+”, destaca.

Entre um apanhado de memórias que transmitem ao mesmo tempo, presente, passado e futuro, o artista cearense apresenta 80 trabalhos em fotografia, colagem, desenho, instalação e audiovisual. Nesse contexto, a exposição é um aglutinado de experimentações técnicas e são justamente a partir desses processos que se constrói o foco sobre o real e o imaginário.

A exposição conta com fotografias de M. Dias Preto a partir dos seus 13 anos, que foram intervidas com strass e colagens, encorajando outros corpos dissidentes a buscarem se reconhecerem em suas próprias histórias, o oposto do que prega a sistemática do apagamento histórico sobre corpos afro, indígenas e LGBTQIA+. Ao OPINIÃO CE, M. Dias Preto afirma que a exposição está criando um material histórico-biográfico de um corpo dissidente.

“Uma bicha, com descendência negra e indígena, está levando isso para dentro de um museu, para dentro de um espaço de arte, criando essa história, afirmando essa história e dizendo que vocês não vão esquecer desses corpos. Esses corpos não serão mais esquecidos”, destaca.

Complexa, brilhosa, texturizada, colorida, preta e colaborativa, a mostra acontece no espaço expositivo como um eco, nos lembrando que lá atrás houve luta pelo direito ao sonho. Ainda, segundo M. Dias Preto, o público pode esperar uma exposição sensível, visceral e com bastante nuances. “A gente disse ser campo de passagem e movimento ondulatório, então vocês vão sentir essa ondulação na exposição, essa energia ondulatória que terá picos de energia e vai ter momentos mais sutis, mais leves”, ressalta.

SERVIÇO

“Campo de Passagem: Movimento Ondulatório”, de M. Dias Preto

  • Abertura nesta quarta-feira (01) às 18h30, com apresentação de DJ Bugzinha e Ana Lu Dias
  • Visitação até o dia 10 de dezembro de 2023, de terça a sábado de 9h às 17hs
  • Classificação Indicativa: 14 anos
  • Entrada Franca
  • Centro Cultural Banco do Nordeste R. Conde d’Eu, 560 – Centro

[ Mais notícias ]