O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comandou ontem a primeira reunião ampliada dos 37 integrantes do ministério. Com o tom político do qual não se arreda um milímetro, prometeu “fazer a mais importante relação com o Congresso”. E completou: “Não mandamos no Congresso, dependemos do Congresso. Por isso, cada ministro tem de ter a paciência e a grandeza de atender bem a cada deputado e senador”.
Lula esbanjou nitidez ao que falou. Só não entendeu quem não quis. Não foi somente uma manifestação retórica, mas um aviso bem dado aos agentes públicos de que o fim da promiscuidade da era Bolsonaro – com orçamento secreto e outras aberrações – chegou. Ao mencionar as virtudes da “paciência” e da “grandeza”, o presidente anunciou aos ministros o que espera: que todos os congressistas sejam tratados como iguais.
Só ficando
Outro trecho do discurso de Lula, esse dirigido diretamente aos auxiliares, mas cabível a quem interessar possa – sobretudo aos que representam a tal “diversidade partidária” do Gabinete: “Temos que saber que nós é que temos que manter uma boa relação com o Congresso Nacional. Não tem importância que você divirja de deputados e senadores. Quando vamos conversar não estamos propondo casamento”.
Saldo
No fim das contas, pode-se avaliar que o presidente Lula fez uma declaração aberta de propósitos. Disse que quer desempenhar um mandato respeitoso, com compostura e em franca – e necessária – oposição ao estilo do antecessor. A interpretação que fica é a de que não quer comprar deputados e senadores, mas que vai cobrar dos interlocutores o mesmo tratamento.
Agenda
A próxima megapauta política e administrativa de Lula já está marcada. Será dentro de 20 dias, para quando se programou reunião com os 27 governadores dos estados e o do Distrito Federal. É tipo uma hora do “vamos ver”. Antes disso, vai à Argentina – numa prévia para uma esperada turnê internacional.
Menu de números
Na mesma pegada de Lula, o governador Elmano de Freitas (PT) reuniu a equipe – ou parte dela. O encontro foi para acertar ações de combate à fome no Ceará. O centro da reunião foi um relatório que mostra o panorama da insegurança alimentar no Estado.
Direito
E o recém-empossado secretário do Desenvolvimento Econômico do Estado, Salmito Filho, deixou na Assembleia Legislativa projeto que, em outra frente – a social -, tem conteúdo extremamente relevante. É o que cria programa estadual de acompanhamento pré-natal e pós-parto de gestantes com transtorno do espectro autista. A ideia é incluir os direitos dos autistas nas rotinas da saúde pública.
Lá e cá
Esta Coluna é publicada no portal InvestNordeste (www.portalinvestne.com.br) e no jornal Opinião (www.opiniaoce.com.br). Os textos também são disponibilizados no site https://bit.ly/3q4AETZ. O jornalista Roberto Maciel ainda participa do podcast Papo de Cabeça, veiculado no YouTube (https://bit.ly/3cP1JHu) e nas plataformas Deezer e Spotify. O Papo é produzido em parceria com o jornalista Maurição Lima, abordando notícias, entrevistas e análises políticas.