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7 de dezembro de 2023

Rádio opinião

Aumento do preço de combustíveis desabastece Ceará de gás de cozinha

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Dentre principais motivos está aumento promovido pela Petrobras na última, com preço médio da gasolina no País chegando a R$ 7,47, o litro, segundo representantes de revenda de gás

Priscila Baima
priscila.baima@opiniaoce.com.br

Último aumento ocorreu na sexta-feira da semana passada, dia 11 (Foto: Natinho Rodrigues)

Desde a confirmação do aumento dos combustíveis na semana passada, o Ceará e demais estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, estão com desabastecimento de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha.

Dentre os principais motivos está o mega-aumento promovido pela Petrobras na última sexta-feira, 11, com o preço médio da gasolina no país chegando a R$ 7,47 por litro, afirmam dois representantes de revenda de gás, na Paraíba e no Rio Grande do Norte.

Marcos Antônio, presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás GLP da Paraíba (Sinregás PB), explica que o estado teve problemas com carregamento desde o dia do aumento.

“Na segunda-feira [14], começou a chegar um pouco de GLP pela manhã, mas quando foi à tarde deixou de chegar. Na manhã de ontem [15], chegaram apenas duas carretas de gás aqui, não chegando a 2.000 unidades. Está chegando carregamento fracionado. Me informaram que, de agora em diante, é por cota e não por quanto você quer comprar. Em todas as distribuidoras estão assim. Não me deram garantia para os próximos 10 dias.”

O Sinregás PB enfatiza que o fato está ocorrendo depois da notícia do aumento de 16% no preço do gás de cozinha e, diante disso, os distribuidores estão em alerta para a possibilidade de racionamento do produto na Paraíba e em algumas regiões do País.

Outro motivo, segundo o presidente Marcos, é o atraso de carregamento de GLP que chega ao Porto de Suape, em Pernambuco, responsável pelo abastecimento de alguns estados do Nordeste como Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

A expectativa era a de que o navio chegasse ontem em Suape para garantir a regularização do mercado dentro de um prazo de aproximadamente três dias, mas não foi o que aconteceu. O Complexo Industrial Portuário de Suape, onde está ocorrendo o atraso, não retornou as ligações do OPINIÃO CE.

Para o presidente do SinGás do Rio Grande do Norte, Francisco Correia, o prejuízo já é certo. “Esse desabastecimento já vem acontecendo desde o dia 10 de março. São, aproximadamente, R$ 1.500.00,00 brutos por dia. A informação que eu tenho é que isso só será normalizado em abril”, comenta.

O presidente dos revendedores de GLP do Ceará, Luciano Holanda, e a presidente dos revendedores de GLP de Pernambuco (Sinregás-PE), Francine Gulde, não responderam à reportagem até o fechamento desta edição. Também procurada, a Petrobras informou que está ofertando GLP para as distribuidoras em linha com a quantidade compromissada com elas para o mês de março.

“Cabe esclarecer que a Petrobras vende GLP para as companhias distribuidoras em pontos de fornecimento definidos nos contratos de compra e venda de GLP, entre eles Ipojuca (PE), e não tem controle sobre os mercados consumidores que as companhias distribuidoras escolhem para suprir a partir de cada um desses pontos de fornecimento”, explicou a companhia.

O economista Fábio Castelo Branco avalia que esse racionamento de gás, atrelado às elevações de preço das cotações das commoditys petróleo e GLP, será determinado pela “duração e a extensão do conflito entre Rússia e Ucrânia e também pelas soluções que serão encontradas para mitigar os efeitos econômicos da guerra.”

Sem vetos, foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU), na sexta, a Lei Complementar 192, de 2022, que altera a regra de incidência do ICMS sobre os combustíveis para ajudar a frear os preços nas bombas.

Na semana passada, a Petrobras anunciou novo reajuste, com alta de 18,8% para a gasolina e de 24,9% para o diesel, alguns dos produtos que mais inflacionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos últimos doze meses. Além das mudanças no ICMS, principal tributo estadual, o texto também altera os federais PIS/Pasep e Cofins, prevendo a isenção sobre combustíveis em 2022.

A norma é oriunda de substitutivo do Senado ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 11/20, do deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB-MT), aprovado pela Câmara na semana passada. As novas normas alcançam gasolina, álcool combustível, diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado do gás natural. O querosene de aviação ficou de fora.

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