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12 de setembro de 2024

Augusta Brito: de primeira mulher líder do Governo na Alece ao Senado Federal

Primeira mulher líder do governo na Assembleia Legislativa do Ceará, Augusta acumula histórico de pioneirismo feminino na política e se destacou no ano de 2022
Foto: Beatriz Boblitz

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Eleita como primeira suplente de Camilo Santana (PT), a então deputada estadual Augusta Brito (PT) deve assumir a cadeira do senador eleito pelo Ceará, que foi nomeado ao Ministério da Educação. Desse modo, ela se consolida como a segunda senadora da história do Ceará e a primeira após os 12 anos que marcam o fim do mandato da ex-senadora Patrícia Saboya.

Na chapa de Camilo, Augusta conquistou os votos de mais de 3 milhões de cearense, o que representou 69,76% dos votos válidos. Caso assuma o assento, ela ocupará a cadeira de Tasso Jereissati (PSDB). Membro da equipe de transição do governador eleito, a parlamentar ainda é cotada para chefiar uma das secretarias de Elmano de Freitas (PT). O arranjo ainda está sendo definido.

O ano foi de grande movimentação para a deputada, que saiu do PCdoB e se filiou ao PT ainda no primeiro semestre com vistas ao pleito de 2022. Durante o período da janela partidária, ela mudou para a legenda ao lado dos deputados Júlio César Filho (ex-Cidadania) e Nizo Costa (ex-PSB). Também em relação ao seu histórico no PCdoB e na esteira de suas conquistas políticas inéditas, vale destacar que Augusta foi a primeira deputada estadual eleita (2014) e reeleita (2018) pela legenda.

Ainda este ano na Alece, ela atuou como vice-líder da governadora Izolda Cela e foi membro titular da CPI do Motim. Na Casa, Augusta também se destacou como presidente do Comitê de Estudos de Divisas e Limites Territoriais do Ceará (que debate o litígio territorial entre Ceará e Piauí), é vice-presidente da Comissão de Saúde e titular da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

Com a aproximação do período eleitoral, Augusta foi escolhida, ao lado de Janaína Farias (PT) na segunda suplência, para compor a chapa do ex-governador Camilo Santana na disputa pelo Senado. Nesse período, enfrentou pedido de impugnação da sua candidatura, protocolado pelo então candidato a deputado federal Dudu Diógenes (PL). Na ação, ele apontou a desaprovação das contas de Augusta pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no período em que ela foi prefeita de Graça, entre 2005 e 2012.

A ação, todavia, foi vencida por decisão unânime e Augusta teve a candidatura deferida. O procurador Regional Eleitoral, Samuel Arruda, relator do caso, salientou que a inelegibilidade não poderia ser reconhecida, uma vez que a desaprovação não é definitiva.

“A inelegibilidade alegada diante da recente condenação de Augusta Brito de Paula pelo TCU na Tomada de Contas Especial nº 020.544/2017-0 ainda não se perfectibilizou, considerando que ainda não é uma decisão definitiva da Corte de Contas”, justificou o relator no parecer.

Com a vitória na Justiça e nas eleições que se seguiram, os holofotes se voltaram para a suplente ante a expectativa de Camilo se tornar ministro do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva – o que foi confirmado algum tempo depois.

A parlamentar encerra o ano no centro de debates importantes nas transições dos governos a níveis federal e estadual. Nome forte para compor o quadro estadual, a perspectiva, contudo, é de que ela vá para Brasília.

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